As pesquisas de preço ninguém desmente: além do resultado do balanço AutoInforme/Molicar, que registrou uma queda insignificante de preço em agosto (mês em que as montadoras reduziram o IPI ) outras duas pesquisas – da FIPE e da Federação do Comércio – deram resultados que comprometem ainda mais o mercado de carros. Em ambas, os preços dos carros subiram, ao invés de caírem, o que seria a lógica.

Por isso, a indústria não teve como questionar a realidade dos fatos, na reunião mensal realizada na semana passada. As montadoras garantem que aplicaram nas tabelas oficiais a redução proveniente do desconto de três pontos percentuais do IPI. Isso é verdade. Mas o preço final para o consumidor não caiu.

Reticente nos comentários em relação a preço, o presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho, no entanto, deu uma explicação para o comportamento dos preços em agosto e também para a queda de vendas de 11% (foi o segundo pior mês do ano). O executivo disse que o decreto da redução do IPI foi publicado dia 06 e o balanço de vendas daquela data em diante mostra um crescimento de 7% das vendas. Por isso, Ricardo Carvalho acha que os bons resultados em decorrência da redução do IPI serão refletidos no balanço de setembro.

O presidente da Anfavea disse que agosto foi um mês tumultuado, marcado pela expectativa de queda do IPI, depois pela redução da taxa básica de juros (Selic), e que a partir de setembro o setor começará a se recuperar. A indústria exportou US$ 519,9 milhões em agosto, o melhor resultado desde maio de 98.