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Visando 2020
Bolsonaristas da região tendem a esvaziar PSL rumo ao Aliança

No Grande ABC, dirigentes do partido que elegeu presidente devem segui-lo na nova sigla, que ainda não foi criada

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
02/12/2019 | 07:00
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Antônio Cruz/Agência Brasil


Dirigentes do PSL no Grande ABC estão de malas prontas para seguir o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) e ingressar na futura legenda do mandatário, o Aliança pelo Brasil. A tendência, inclusive, é a de que figuras que sairiam candidatas a prefeito pelo PSL nas sete cidades disputem o pleito por outro partido caso a sigla do presidente não seja legalizada a tempo de participar das eleições municipais de 2020.

Bolsonaro assinou a desfiliação do PSL no mês passado e, de quebra, anunciou que criará o próprio partido, com forte apelo militar e declaradamente conservador – o estatuto provisório da sigla cita a defesa do acesso às armas e fala em família com “convicções morais e religiosas”. O litígio entre o presidente e sua antiga legenda tem como gatilho o escândalo de candidaturas femininas laranjas nas eleições de 2018, o que instalou uma crise entre Bolsonaro e o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar.

Então presidente do PSL de Santo André, Major Ricardo Silva, que é policial militar aposentado, já milita em benefício do Aliança nas redes sociais. Candidato a deputado estadual pelo PSL no pleito do ano passado, ele nega que vá deixar o partido e desconversa sobre a atuação pró-Aliança, mas até conversar com a equipe de reportagem do Diário administrava grupo intitulado “Aliança pelo Brasil Santo André” no Facebook. A página saiu do ar após a entrevista. “Devem ter me colocado (no grupo), porque minha política é de direita. Mas sobre a questão partidária eu sou PSL, sou suplente a deputado estadual e vou continuar (no partido)”, assegurou Silva, que ocupa a nona suplência do PSL – recebeu 12.649 votos. Há duas semanas ele foi destituído do comando da sigla na cidade.

Já em São Bernardo, a cisão começou em agosto, após o Diário revelar que o deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL), cujo aliado comandava a executiva da sigla no município, Walter Resende Filho, é investigado pelo Ministério Público de cobrar parte dos salários dos próprios assessores na Assembleia Legislativa, prática conhecida como rachadinha ou pedágio. Resende foi deposto da presidência do PSL em São Bernardo e, em seu lugar, entrou Paulo Chuchu, aliado da família Bolsonaro. O novo mandatário do PSL, porém, já publicou fotos nas redes sociais em apoio ao Aliança.

Também policial militar aposentado, Coronel Paulo Barthasar era promessa do PSL na disputa pelo Paço de Mauá. Porém, a crise no partido fez com que ele sequer se filiasse à legenda. “Quando as pessoas falavam que política é igual nuvem a gente não acreditava. Quando conversei com o Coronel Nishikawa (para ingressar no partido), o quadro do PSL era um. Hoje, a gente não sabe como vai ficar”, explica Barthasar, que admite aguardar o futuro do Aliança. “Se eu partir para uma disputa a minha imagem será associada a um eleitor conservador. Se (o Aliança) não ficar pronto até o prazo eleitoral, esses candidatos vão se acomodar em partidos que tenham esse perfil”, diz, ao citar como exemplo o DEM.

Bolsonaro aguarda posição do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre aceitar ou não assinaturas eletrônicas para a criação de partido. Caso necessite de rubricas físicas, o Aliança tende a ficar fora da disputa de 2020. 




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