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Em Mauá
Atila ameaça, mas não multa Suzantur

Prefeito descumpre promessa de punição à empresa após greve de três horas na sexta

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
26/11/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Três dias após a paralisação do transporte coletivo de Mauá por cerca de três horas e a ameaça do prefeito Atila Jacomussi (PSB) de que multaria a empresa responsável pelo serviço em regime de monopólio, a Suzantur, nenhuma sanção foi aplicada à viação. O Diário questiona desde a última sexta-feira qual será a punição adotada, mas não obteve retorno da assessoria de imprensa municipal tampouco do chefe do Executivo até o fechamento desta edição.

Por três horas, entre 10h e 13h da última sexta-feira, ao menos metade de frota de 223 veículos deixou de circular na cidade. O movimento realizado por parte dos motoristas da Suzantur reivindicava o pagamento do vale do dia 20 e de benefícios como vale-refeição, que estariam atrasados, A paralisação trouxe caos para a região central de Mauá, atrapalhando a população que não podia sequer entrar no terminal municipal – o local foi fechado às 11h e as catracas só foram liberadas após as 13h.

Em seu perfil em uma rede social, Atila escreveu na sexta-feira que a administração municipal iria multar a empresa “dentro das sanções cabíveis”. “Aqui não tem brincadeira, é multa neles!”, escreveu. O chefe do Executivo afirmou ainda que a paralisação foi causada por um “ato irresponsável da Suzantur”. No mesmo dia da greve, a assessoria de imprensa da administração municipal informou que ainda não haviam sido definidas quais punições seriam aplicadas, visto a necessidade “de se verificar premissas contratuais”.

A promessa de multar a empresa pela greve que atrapalhou a população não foi a única não cumprida pelo prefeito em relação à Suzantur. Apesar de o contrato de concessão entre o município e a viação prever que a frota tenha 248 coletivos, a empresa roda na cidade com menos veículos do que deveria – 223. O descumprimento da cláusula contratual foi permitido pelo ex-prefeito Donisete Braga (à época no PT, atualmente no Pros) em 2015 e mantido nos anos seguintes.

Após ter sido preso acusado de comprar apoio dos vereadores para se manter no cargo e sofrido impeachment aprovado pela Câmara Municipal, em abril, Atila voltou à Prefeitura em setembro, quando declarou em entrevista ao Diário que iria cobrar o cumprimento integral do contrato com a Suzantur, o que também não ocorreu.

O TJ-SP analisa pedido protocolado por vereadores, em 11 de novembro, para reverter a rejeição de tentativa de liminar para que a Câmara instaure CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e investigue a situação.




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