- Manchete: brasileiros votam por um novo País. Na reta final, não há favoritos para o segundo turno; 82 milhões de eleitores vão às urnas hoje.

Nota – Fernando Collor disparava na frente, mas os números não garantiam que levasse o pleito já no primeiro turno.

- O presidente José Sarney ia à TV. E sentenciava: a transição terminou.

Nota – Claro, Sarney referia-se ao intervalo entre a queda dos militares à frente do País e o seu mandato por vias indiretas, na impossibilidade de Tancredo Neves ter assumido.

- Jornalista Fausto Polesi, diretor de Redação e editor-chefe, fazia, como sempre, o Editorial: ‘O grande momento chegou’.

- Na Cena Política, jornalista Joaquim Alessi abria a seção com as costumeiras duas linhas de título: ‘República chega aos 100 anos e vê a retomada do processo democrático’.

Nota - Isso. Além de tudo, a República brasileira completava seu primeiro século: 1889-1989.

- Na coluna Ponto de Vista, o professor Alexandre Takara enunciava: “a longa caminhada até as urnas”.

- E a jornalista Virgínia Pezzolo escrevia: “País começa a varar seu Rubicão decisivo”.

Nota – Rubicão: vencer uma grande dificuldade, tomar uma decisão grave e assumir a responsabilidade, cf. o Infopédia, dicionário Porto Editora. 

- Um suplemento especial acompanhou a edição, com três entrevistas importantes: Bolivar Lamounier (sociólogo e cientista político), Sobral Pinto (jurista) e Hélio Jaguaribe (“pensador de um Brasil que acreditava no futuro”).

- Produzia a charge do dia, Adelmo, profissional correto, de uma longa trajetória no Diário, e que na assinatura fez questão de simbolizar o gesto do voto no quadradinho típico das antigas cédulas de papel.

Atirador de São Caetano, sentido!