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Reencontro
Em comício em São Bernardo, Lula diz que voltou com mais vontade de lutar

Ex- presidente fala durante 40 minutos na frente do Sindicato dos Metalúrgicos, volta a atacar Sérgio Moro, procuradores da Lava Jato e o governo de Jair Bolsonaro

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
09/11/2019 | 15:31
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Paulo Pinto/FotosPublicas


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou seu discurso de reencontro com a militância e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores por volta das 15h deste sábado (9), na frente da sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo. Figuras como Fernando Haddad (PT), Gleisi Hoffmann (PT), Eduardo Suplicy (PT) e Marcelo Freixo (Psol) estiveram ao seu lado durante os cerca de 40 minutos de fala. O petista afirmou que voltou "com mais vontade de lutar pelo Brasil" e fez duras críticas ao governo do atual presidente, Jair Bolsonaro (PSL), ao ex-juiz e atual ministro Sérgio Moro e integrantes da Operação Lava Jato.

Com o microfone, recordou da última vez que esteve no local, quando se despediu e acabou se entregando à Polícia Federal, em 7 de abril de 2018. "Muitos de vocês não queriam que eu fosse preso. Por isso tentei persuadir vocês sobre o papel que tinha que cumprir. Quero repetir agora uma coisa que falei naquele dia: quando um ser humano tem clareza do que ele quer na vida, tem clareza do que representa e tem clareza de que seus acusadores estão mentindo, toma a decisão de enfrentar a situação", disse, citando que poderia ter ido para alguma embaixada ou outro país para tentar escapar da prisão. "Tomei a decisão de ir para lá (sede da PF em Curitiba) para provar que o juiz (Sérgio) Moro é um canalha, que o (Deltan) Dallagnol não representa o Ministério Público e que montaram uma quadrilha com a força da tarefa da Lava Jato."

Lula citou que tem mais de dez processos contra ele e que todos são mentirosos. Lembrou que chegou a receber intimidações enquanto esteve preso. Entre pequenas histórias e falhas no sistema de som, brincou com o público: "Tenham paciência. Fiquei 580 dias sem falar e, agora, quero falar muito".

"Fiquei em uma solitária durante 580 dias e me preparei espiritualmente. Me preparei para não ter ódio, para não ter sede de vingança, para não odiar meus algozes. Eu queria provar que, mesmo preso, eu dormia com a consciência muito mais tranquila", afirmou.

"Tem gente que fala de impeachment. Esse cidadão (Bolsonaro) foi eleito democraticamente. Aceitamos o resultado da eleição. Ele foi eleito para governar para o povo brasileiro e não para os milicianos do Rio de Janeiro. Eles não podem fazer investigação do caso Marielle (vereadora do Psol assassinada em março de 2018). Ele tem que explicar aonde está o Queiroz (Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, acusado de fazer movimentação milionária sem explicação)", disse Lula.

Presidente do PT, Gleisi Hoffman foi a primeira a discursar. “Há um ano e sete meses estávamos nesse sindicato, vocês estavam aqui firmes e fortes e dissemos que traríamos Lula de volta. Ele voltou. A luta dele é pelo Brasil de liberdade e de luta", disse.

O DIA - Lula desembarcou no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul da Capital, às 11h30. Com o ex-presidente, viajaram o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e seu fotógrafo oficial, Ricardo Stuckert -- os três foram acompanhar a saída do ex-presidente na sede da PF, sexta-feira, e o acompanharam até o fim de seu discurso.

O petista chegou no sindicato às 12h45 e foi recebido ao som de fogos e gritos. Militantes do partido e de movimentos sociais de esquerda, assim como a população que estava presente, cantaram em coro "Lula guerreiro do povo brasileiro" e se emocionaram ao ver o político. Todo de preto, o petista saudou seus seguidores. Antes de discursar, Lula almoçou com a família.

DECISÃO - O ex-presidente cumpriu 580 dias de pena acusado de corrupção e, em discurso do lado de fora da carceragem, sexta-feira, agradeceu aos militantes da vigília em frente à cadeia e criticou o que denominou de “lado podre” da Justiça. Com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que barrou no dia anterior prisão em segunda instância, o líder petista obteve alvará de soltura no fim da tarde desta sexta-feira, saindo do local por volta das 17h40, mas resolveu pernoitar na capital paranaense. Lula foi condenado em duas instâncias no caso do tríplex no Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-presidente cumpria pena de 8 anos, 10 meses e 20 dias. Agora, o juiz Danilo Pereira Jr. autorizou que Lula recorra em liberdade.




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