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Copom reduz taxa básica da economia para 5% ao ano e indica novo corte

Mesmo assim, juros reais do País, de 1,65%, são o 8º maior em 40 nações

Do Dgabc.com.br
31/10/2019 | 07:30
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Pixabay


A recuperação lenta da economia brasileira e os índices controlados de inflação levaram o BC (Banco Central) a promover ontem a terceira redução consecutiva de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou corte de 0,50 ponto percentual da Selic (a taxa básica da economia), de 5,5% para 5% ao ano. Com isso, a taxa está agora em novo piso da série histórica, iniciada em junho de 1996.

A decisão era largamente esperada pelo mercado financeiro. Na avaliação do Copom, as reformas econômicas têm avançado no Brasil, mas é preciso “perseverar nesse processo”. A reunião foi a primeira do colegiado desde que as mudanças na Previdência foram aprovadas no Congresso. A expectativa do BC é a de que, com o reequilíbrio das contas públicas com as reformas, a queda dos juros se consolide e a economia se recupere de forma sustentável e em ritmo gradual.

Na avaliação do Copom, o ambiente externo segue “relativamente favorável” para países emergentes, mas os riscos de uma desaceleração global mais intensa permanecem. A instituição também levou em conta os índices de inflação, que estão controlados, e deixou margem para novo corte de meio ponto porcentual em dezembro, o que faria a Selic atingir 4,5%.

Para o economista Julio Cesar Barros, da Mongeral Aegon Investimentos, “a janela para juros abaixo de 4,5% ficou bem menor do que o mercado estava esperando.” O economista-chefe do Haitong Banco de Investimentos, Flávio Serrano, segue a mesma linha. “O Copom deixa claro que haverá mais uma queda de 0,5 ponto em dezembro, mas a tendência é não fazer mais nada depois disso.”

A nova taxa básica levou Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Bradesco a anunciarem cortes em diversas linhas, de empréstimo pessoal a crédito imobiliário.

O presidente da Foça Sindical, Miguel Torres, analisou como tímida a queda na taxa que, segundo ele, frustrou o setor produtivo e se curvou aos especuladores. “Os trabalhadores almejam por uma queda drástica na taxa de juros. A Selic continua proibitiva, e o Brasil perde outra chance de apostar na produção, consumo e geração de empregos. Vale destacar que juros altos sangram o País e inviabilizam o desenvolvimento. O pagamento de juros, por parte do governo, consome e restringe consideravelmente as possibilidades de crescimento, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros”, avaliou.

Não à toa, mesmo com a redução, o Brasil ainda detém uma das maiores taxas reais (descontada a inflação) do mundo. Levantamento do site MoneYou e da Infinity Asset mostra que os juros reais do Brasil, de 1,65%, são o oitavo maior entre as 40 economias mais relevantes.

(com Estadão Conteúdo) 




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