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Sábado, 27 de Abril de 2024

Demanda dos flex empurra para cima os preços do álcool
Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
12/11/2005 | 08:25
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O crescimento do mercado de carros tipo flex (bicombustíveis) foi um dos responsáveis pela elevação de 30% nos preços do álcool combustível no Grande ABC desde o começo de 2005. O valor médio do litro para o consumidor na região passou de R$ 1 em janeiro para R$ 1,30 atualmente, segundo o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Grande ABC).

Os proprietários de carros flex – que registraram aumento nas vendas de 98,2% neste ano – preferem o álcool em razão dos preços inferiores na comparação com a gasolina. Na região, o valor do litro do combustível vegetal representa atualmente 56% do preço do combustível derivado de petróleo, que custa, em média, R$ 2,30. “Isso resultou em procura 15% maior pelo álcool”, explica Marcos Campagnaro, presidente do Regran.

De acordo com a Unica (União das Indústrias Canavieiras do Estado de São Paulo), a maior procura pelo álcool pressionou a alta dos preços da indústria para o varejo, o que refletiu no bolso do consumidor. “A procura pelo álcool cresceu muito com os carros flex. E o que forma os preços é o equilíbrio entre a procura e a oferta. Acredito que os flex podem continuar pressionando até que representem 65% do preço da gasolina. Mais do que isso não deve subir”, destaca o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

O que impossibilitou uma elevação ainda mais acentuada nos preços foi o incremento na safra de álcool neste ano. Segundo a Unica, a produção de 2005 contou com 1 bilhão de litros a mais do que no ano anterior. “A produção foi ampliada já pensando no crescimento da demanda pelos flex”, completou Rodrigues.

Varejo – No Auto Posto Nova Kennedy, em São Bernardo, a procura pelo álcool aumentou 30% neste ano e o preço, na mesma proporção, segundo o proprietário João Carlos Vendramini. “Normalmente quando a procura aumenta, o preço também sobe. Acredito que os carros flex tenham influenciado nesse movimento.”

Para o empresário Marcelo Silva Oliveira, dono de três postos no Grande ABC, entre os quais o Oitenta Auto Posto, em Mauá, a procura por álcool mais do que dobrou em 2005 com os bicombustíveis. Em relação aos preços, ele avalia que o flex não influenciou na alta do produto. “Os distribuidores dizem que os usineiros elevaram o preço devido ao período de entressafra.”


No Auto Posto Gravatinha, de Santo André, o incremento de vendas do álcool chegou a 200%, segundo o proprietário José Skutera. “Noventa por cento dos consumidores com carro flex utiliza álcool. Acho que a demanda pressiona os preços, mas a principal responsável é a entressafra.”




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