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Tragédia
Incêndio atinge comunidade Cruzado 2, em Santo André

Quatro barracos foram atingidos pelas chamas; não houve vítimas

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
17/09/2019 | 12:07
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Bia Moço/DGABC


Um incêndio atingiu a comunidade Cruzado 2, no Jardim Santo André, no município andreense, na madrugada desta terça-feira (17). O fogo, que começou por volta da meia-noite de hoje na Avenida Loreto, altura do número 737, alcançou quatro moradias, além de comprometer casas vizinhas da área. Não houve vítimas e a causa do incidente foi caracterizada pelo Corpo de Bombeiros decorrente ao atrito entre fios de energia e madeira dos barracos.

Ao todo, 11 viaturas de combate a incêndio foram enviadas para controlar as chamas, que cessaram após uma hora e meia de trabalho. O último carro da corporação, entretanto, deixou a área somente às 3h35. Quatro famílias, somando dez pessoas, perderam todos os pertences.

A equipe do Diário visitou o local nesta manhã e ouviu a população. Por volta das 11h os moradores atingidos e vizinhança ainda remexiam o espaço em busca de recuperar algum objeto, porém, sem sucesso. O cheiro de fumaça era forte e os pedaços queimados tomavam conta da escadaria que dá acesso à área. Casas vizinhas foram tomadas por rachaduras. Além disso, fios de energia e canos de água também foram atingidos pelo fogo.

“Estamos sem água, sem energia elétrica e sem dormir. A situação foi desesperadora, e continua sendo. Quem vai nos ajudar? Minha casa também foi atingida, minha caixa de água queimou todinha”, reclamou a pensionista Tania Prado, 55 anos.

Sem nada, o casal Thiago, 30, e Luana Rodrigues, 27, olhava desolado para o espaço que antes comportava a casa deles. Com três filhos de 11, 7 e 2 anos, a família conseguiu recuperar pertences com ajuda de vizinhos, entretanto, ficaram sem residência.

"Com ajuda dos amigos conseguimos tirar as crianças e recuperar algumas coisas pessoais. Mas a parte maior, que era nossa casa, se foi”, lamentou Luana.

Thiago estava dormindo e só acordou quando os vizinhos arrombaram a porta da casa e entraram gritando para tirar as crianças de lá. O Diário conversou com moradora que escutou os gritos da comunidade dizendo para "salvar as crianças" de sua casa, há cerca de 300 metros do local.

O prejuízo foi maior para Gilvan Silva, 40, e sua esposa Marilene Pacheco, 35. Deles não sobrou nada além da roupa do corpo. No meio da queimada era possível ver restos de mantimentos torrados, que pertenciam a cozinha do casal. “Ficamos sem nada. Não sei nem por onde recomeçar”, relatou Silva enquanto caminhava pelo descampado.

A população disse que, embora o trabalho do Corpo de Bombeiros tenha sido rápido, ficaram sem respostas para causa do fogo. Além disso, aguardam posicionamento da Defesa Civil e Prefeitura para medidas de recuperação do espaço.

Porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Capitão Palumbo explicou que, nesta época do ano, é comum ter problemas com materiais combustíveis que ficam ressacados por conta do clima seco e calor, como é o caso da madeira. “Aliado a ligações elétricas inadequadas, há uma sobrecarga de energia que aquece, e muito, o fio que, em contato com a madeira, causa incêndio sem que a pessoa perceba e a propagação é muito rápida."

Iraci Maria Santos, 47, e o marido Nivaldo Fidelis da Silva, 41, também ficaram somente com a roupa do corpo. O barraco deles foi o primeiro a ser incendiado. “Foi muito feio. O fogo era alto, o cheiro forte e inalamos muita fumaça. Começou em casa e se alastrou em minutos. Atingiu nossos vizinhos e não sobrou nada para nós. Muito triste a situação”, disse Iraci.

A comunidade pede ajuda da população com doação de roupas, sapatos, colchões, cobertores e mantimentos, especialmente leite para a crianças.

O Diário aguarda retorno da Prefeitura quanto ao que pode ser feito para reaver o dano às família atingidas.

Há três meses 20 barracos foram tomados por fogo na Tamarutaca

No dia 19 de junho um incêndio atingiu a comunidade Tamarutaca, na Vila Guiomar, também em Santo André. A ocorrência começou às 7h na Rua Nilópolis, altura do número 318. O fogo alcançou cerca de mil metros quadrados e destruiu 20 barracos que tinham sido desocupados – apenas em dois ainda tinha moradores. Quatro casas vizinhas da área também foram comprometidas.

Na ocasião, o desespero ficou por conta de que uma menina de 6 anos dormia enquanto o fogo tomava conta dos tapumes de sua casa. Júlia foi resgatada sem ferimentos pela PM (Polícia Militar) logo nos primeiros minutos do acidente. Não houve vítimas, e a causa do incêndio foi caracterizada como “inconclusiva” pela equipe do Corpo de Bombeiros.

A área em questão era alvo de desocupação, e somente duas famílias ainda estavam abrigadas no local. Na época, em resposta a solicitação do Diário sobre o incêndio, a Prefeitura de Santo André informou que o acidente atingiu moradias que se encontravam semidemolidas em razão das remoções planejadas de 74 famílias que viviam em situação de risco – as quais foram abrigadas no Conjunto Habitacional Santo Dias (inaugurado em março deste ano).

O caso das famílias atingidas foi direcionado ao Cras (Centro de Referência de Assistência Social) para encaminhamento ao aluguel social.

   

   

Fotos: Bia Moço/DGABC
 




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