Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Setecidades
>
Gesto de amor
Aos 6 anos e sem uma pata, cachorro é adotado por família de Santo André

Resgatado em março, animal teve fratura exposta e única saída foi fazer amputação

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
08/09/2019 | 07:00
Compartilhar notícia
Celso Luiz/DGABC


Uma longa espera terminou há cerca de uma semana. Foi no último domingo, quando uma família de Santo André ia apenas comprar ração para os cachorros, que o encontro aconteceu. As pequenas Luisa, 6 anos, e Clara, 10, se apaixonaram à primeira vista por Mike, um cão adulto, sem raça definida, que estava na loja, exposto para adoção. Quando as duas já insistiam muito para que os pais levassem Mike para casa, o animal ficou em pé e revelou às garotas que, devido a um acidente, já não tem mais as quatro patas: uma delas foi amputada. “Diziam (as filhas) que se a gente não levasse ninguém mais iria adotá-lo”, lembrou a mãe, a médica Luciana Garcia Trujillo, 39.
A campanha das filhas foi bem sucedida e Mike é hoje um dos cinco habitantes caninos da casa. Ao lado de Bidu, Mel, Sirius e Pirulito e da gata Nina, o cachorro, que foi resgatado pelo grupo Amigo Legal – Protetoras Independentes em março, no corredor ABD, é o novo xodó da família. “Ele é muito fofo e fica pedindo carinho”, contou Clara. “A gente vê TV juntos, sentamos no sofá. O Bidu (um pintcher) ficou com ciúmes, mas consigo dar atenção para todos”, disse Luisa.

Luciana contou que sempre teve cachorros adotados, mas que Mike é o que chegou com idade mais avançada para se integrar à família. A estimativa é que ele tenha entre 5 e 6 anos, o que equivale, para cães de porte médio, a 63 anos na comparação com um humano. “A adaptação tem sido ótima. Cachorro adulto já chega tranquilo, sem tanta energia quanto os filhotes, é uma adoção que a gente recomenda”, explicou a médica. “Ele é um amor. Muito calmo e companheiro”, completou o fisioterapeuta Fabio Yoshikawa Sant’Anna, 39, marido de Luciana.

A secretária aposentada Solange Porto, 59, faz parte do grupo que resgatou Mike, além de inúmeros outros cães e gatos em oito anos de atuação. São quatro voluntários, que contam com apoio dos amigos e conhecidos para abrigar os animais resgatados, já que não existe uma sede do projeto. O cachorro que foi adotado pela família de Luciana não foi o único encontrado em situação de sofrimento. “Aparentemente foi atropelado e teve uma fratura exposta, mas quando o encontramos, a ferida já estava até cicatrizada. Não teve outro jeito, se não amputar”, lamentou.

A parceria com a loja de rações é recente. A cada 21 dias, cães e gatos resgatados – que ficam em lares temporários – são levados para exposição. “Estamos lá há menos de um mês e já foram duas adoções, a do Mike e um filhote”, comemorou. “A cada um que é adotado é uma grande emoção. Um misto de dever cumprido, alívio por tirar uma dessas vidas do sofrimento”, pontuou. Informações sobre o grupo e maneiras de ajudar podem ser obtidas pelo telefone 97175-6757.

Nos CCZs da região, 95% dos animais são adultos

Os CCZs (Centros de Controle de Zoonoses) da região têm, atualmente, 298 animais disponíveis para adoção. Deste total, 95% são adultos. Muitos dos equipamentos realizam feiras de adoção em parceria com ONGs (Organizações Não Governamentais) e protetores independentes – de janeiro a agosto deste ano, já viabilizaram novos lares para 977 bichos de estimação.

Em Santo André, vivem no GCZ (Gerência de Controle de Zoonoses) 34 animais disponíveis para adoção. Por meio das feiras Eu Amo, Eu Adoto!, em parceria com ONGs e grupos de protetores, já foram viabilizadas 370 adoções neste ano. São Bernardo tem 82 animais disponíveis para adoção, dos quais oito são filhotes. Este ano, 152 já foram adotados.

São Caetano conta com 18 bichos, todos adultos, e até agosto foram 67 adoções. O CCZ de Diadema tem 29 animais abrigados, sendo sete filhotes. Em parceria com instituições de proteção animal, foram adotados 264 neste ano.

Mauá tem uma população de cães e gatos aptos para adoção de 106 animais, todos adultos. A Prefeitura mantém o programa Me Leva para Casa, que divulga nas redes sociais as fotos e informações dos animais. Em 2019, 74 já encontraram um lar. Ribeirão Pires tem 29 cachorros e gatos no CCZ e, neste ano, 50 animais foram adotados, sendo 32 cães, 17 gatos e um equino. Rio Grande da Serra não respondeu.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.