Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024

Política
>
Mauá
Alaíde confirma entrega da Sama para Sabesp, mas não detalha data

Em evento, prefeita de Mauá diz que intenção é resolver distribuição de água no município

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
29/08/2019 | 07:00
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/DGABC


A prefeita de Mauá, Alaíde Damo (MDB), confirmou que vai conceder a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) para a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) sob a alegação de que a parceria poderia acabar com o problema de falta d’água na cidade. A chefe do Executivo, porém, não revelou como irá funcionar a parceria nem quando a cessão da autarquia será efetivada.

(A concessão) É uma coisa muito boa. Ela servirá para acabar com a falta de água na cidade, você não acha?”, resumiu a prefeita.

Na semana passada, Alaíde se reuniu com a direção da Sabesp para debater termos da parceria e enviou comunicado à imprensa revelando o interesse. De acordo com a administração, a negociação envolve abatimento de dívida, da ordem de R$ 2 bilhões, da Sama com a companhia paulista, além de investimentos na rede de distribuição de água na cidade. O prazo do contrato seria de 40 anos.

Ontem, durante inauguração da EM Jonathan Gomes de Lima Pitondo, a prefeita também tratou publicamente da concessão da Sama. Quando enumerava algumas obras de sua gestão (iniciada em abril, com a cassação de Atila Jacomussi, do PSB), Alaíde citou a negociação. “Estamos, sim, fazendo acordo com a Sabesp para terminar a falta d’água.”

A transferência seria semelhante à que já foi costurada pela Prefeitura de Santo André – parte das atribuições do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) foi repassada para a Sabesp. A única diferença é que em Mauá a Sama só poderá oferecer distribuição de água, já que o tratamento de esgoto é da BRK Ambiental. O presidente da Sabesp, Benedito Braga, revelou que mantém conversa com a prefeita de Mauá e que estaria esperando respostas mais concretas nas próximas semanas.

Eleita vice na chapa encabeçada por Atila em 2016, Alaíde chegou a assumir a administração interinamente com as prisões do socialista (uma em maio e outra em dezembro de 2018). Nas vezes em que esteve na cadeira, admitiu que negociaria com a Sabesp.

As conversas para a terceirização da Sama se arrastam desde o governo do ex-prefeito Donisete Braga (ex-PT, hoje Pros). Atila cogitou a criação de outra empresa, com capital misto, mas controle majoritário do município, utilizando ainda fatia do tratamento de esgoto. O debate não avançou.

BARTHASAR
Alaíde evitou tecer comentários sobre a demissão de Paulo Barthasar (PSL) como secretário de Relações Institucionais. Ele foi exonerado após pressão dos vereadores após comentários irônicos sobre a situação jurídica de parte dos parlamentares da cidade, o que quase gerou crise na governabilidade.

“Hoje é dia de festa”, sintetizou a prefeita, quando questionada sobre o caso. Visivelmente incomodada, ela evitou dar outra declaração.

GCM tenta impedir trabalho de repórter

RAPHAEL ROCHA

A GCM (Guarda Civil Municipal) de Mauá tentou impedir a cobertura jornalística feita pela equipe do Diário durante a inauguração da EM Jonathan Gomes de Lima Pitondo, no Jardim Maringá.

Integrantes da corporação se revezavam em uma espécie de bloqueio ao jornalista Daniel Tossato, que acompanhava a solenidade na qual estava presente a prefeita Alaíde Damo (MDB).

Após o discurso, a chefe do Executivo foi visitar algumas salas de aula. Neste momento, um GCM impediu a entrada do jornalista ao recinto e liberou outras pessoas. Em outra situação, enquanto indagava Alaíde a respeito de temas relacionados à administração, um guarda blindou a emedebista. Outro perguntou ao repórter por que ele fazia aquelas indagações à prefeita: “Este não é o momento para esse tipo de pergunta”.

Por nota, o governo Alaíde declarou que tal medida foi adotada porque Tossato acompanhou a prefeita no trajeto até a sala e fez perguntas sobre temas que não estavam relacionados à educação. O jornalista indagou sobre a situação da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), que deve ser entregue à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), e sobre a demissão de Paulo Barthasar (PSL) da Secretaria de Relações Institucionais. Embora de maneira sucinta, a prefeita respondeu aos dois questionamentos.

“A Prefeitura de Mauá informa que a inauguração da EM Jonathan Gomes de Lima Pitondo foi aberta ao público e à imprensa. Havia uma sala disponível em que a prefeita Dona Alaíde receberia os jornalistas, conforme informado no local, mas o jornalista acompanhou o trajeto que a prefeita realizou, questionando temas que não estavam relacionados à educação. Sobre as agressões, não atuamos desta forma, até porque havia outras pessoas que presenciaram a cena”, diz a Prefeitura – a nota do Paço está na íntegra.

Presidente da APJ (Associação Paulista de Portais e Jornais), Renato Zaiden lamentou a situação. “Independentemente de quem seja o agente público e principalmente agente público que detém mandato, ele tem a obrigação de dividir a opinião com a sociedade. No caso citado, a prefeita tem o direito de não responder às questões, mas nunca atuar para que elas não sejam realizadas. Esperamos que a prefeita reavalie sua posição e evite situações como esta.” 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.