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Santo André reaquece mercado de imóveis

Cidade registrou crescimento de 234% no número de lançamentos no 1º semestre

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
25/08/2019 | 07:00
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 Na contramão da crise do mercado imobiliário, Santo André desponta como principal destino para lançamentos no Grande ABC. A cidade observou crescimento de 234% no número de novas unidades no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, saltando de 272 para 908. Junto com Diadema, que registrou 154 unidades em 2019, os dois municípios concentraram todos os novos empreendimentos na região. Os números são da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores do Grande ABC) e ilustram cenário preliminar do primeiro semestre do ano (veja mais na arte ao lado).

As 908 novas unidades simbolizam o melhor resultado de Santo André desde 2010 – à época, foram 1.228 imóveis. O volume de 2019 também já é maior do que a média para a cidade, que atualmente é de 782. Diadema computa o melhor desempenho dos últimos quatro anos – no primeiro semestre de 2015, foram 229 residências colocadas à venda.

Em compensação, São Bernardo e São Caetano não registram lançamento há dois anos. Em Mauá, só em 2018 houve apresentação de unidades (120). De acordo com o presidente da Acigabc, Marcus Santaguita, nos últimos anos de crise para o mercado imobiliário (que foi iniciada em 2015), as construtoras focaram em produtos de menor valor. “Deixou de lançar durante os últimos quatro ou cinco anos produto para essa classe média, então represou uma demanda. Agora esse pessoal está sentindo mais confiança para voltar ao mercado.”

Foi nesse cenário que Santo André, que tem o bairro mais valorizado da região – o Jardim, onde o metro quadrado custa em média entre R$ 7.000 e R$ 7.500 –, cresceu. A localização, que possibilita rápido acesso a outras cidades do Grande ABC e à Capital, além da oferta de serviços e disponibilização de áreas para empreendimentos estão entre os principais atrativos da cidade.

As construtoras estão atentas ao cenário. Caso da Patriani, que vendeu um empreendimento residencial com 60 unidades, o Allure, na Vila Assunção, em 30 dias. O VGV (Valor Geral de Vendas) foi de aproximadamente R$ 64,2 milhões. “Ano passado tudo estava bem confuso (cenário da economia). Neste ano tudo está mais definido, ainda mais com a redução da taxa Selic (de 6,5% para 6%), o consumidor tem mais segurança para assumir uma dívida de longo prazo”, afirmou o diretor da incorporadora, Bruno Patriani.

Segundo ele, atualmente a cidade é o carro-chefe da construtora. Desde agosto do ano passado, foram vendidas 300 unidades na cidade entre estoque e lançamento. Para o ano que vem, a Patriani planeja mais três lançamentos andreenses. “Temos apenas 4% de estoque na cidade. Se você disser que quer um apartamento na região do Campestre, não tenho nenhum agora”, citou ele, elencando que atualmente os bairros Jardim e Campestre são os mais procurados. “Principalmente por causa da localização e porque eles oferecem todos os serviços de um bairro de alto padrão da Capital, com um preço menor do metro quadrado.” Por exemplo, na região do Ibirapuera, em São Paulo, o metro quadrado pode sair por até cerca de R$ 20 mil.

O empresário Miguel Colicchio Neto, o Guta, da Colicchio Imóveis, que atua em Santo André, afirmou que houve crescimento tímido na venda de terceiros, ou seja, imóveis já prontos e utilizados. “Senti que melhorou um pouco do que estava, mas o ano passado estava muito ruim. A economia está parada, mas toda notícia boa acaba aquecendo o mercado. Então, teve uma melhora em torno de 10%, o que é substancial.”

Em relação às demais cidades, Diadema também se beneficia pela localização e dos lançamentos mais populares, como os do programa Minha Casa, Minha Vida.

Entre as que não registraram lançamentos, o caso de Mauá é explicado pela inclusão do TCU (Termo de Compensação Urbanística) na Lei de Uso, Ocupação e Urbanização do Solo em 2017, que determinou taxa para novos empreendimentos. São Bernardo deve passar por revisão do plano diretor, que estabelece regras urbanísticas e atualmente limita a verticalização, até o fim do ano. São Caetano possui regras mais rígidas para o assunto, já que a cidade não comporta mais prédios.




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