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Fotografia
Sesc Santo André recebe exposição do fotógrafo Cristiano Mascaro

Veterano dos cliques, fotos são como uma 'viagem' pela carreira do artista

Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
19/08/2019 | 07:31
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Divulgação


Faz pouco mais de cinco décadas que Cristiano Mascaro tem emprestado seu olhar para o universo das imagens. Natural do Interior e morador da Capital há anos, ele descobriu a profissão de maneira casual, ao folhear um livro do fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004), considerado um dos mestres desse tipo de linguagem. “Me encantei com aquela forma tão sensível de ver o mundo. Falei para mim mesmo que era isso o que queria para a vida.” Ao longo do tempo, aperfeiçoou a visão em torno de paisagens, espaços urbanos, arquiteturas e pessoas, com parte dessa produção reunida na mostra O Que os Olhos Alcançam, em finalização de montagem no Sesc Santo André (Rua Tamarutaca, 302). A abertura está agendada para quarta-feira, às 20h, e Mascaro é presença confirmada no evento gratuito.

O projeto foi iniciado neste ano, tendo tido sua primeira parada no Sesc Pinheiro, em São Paulo, entre março e junho. Após muito tempo de estrada, ele confessa que esta é a maior exposição da carreira, com a grande presença do público e os chamados para participações em atividades (como visitas guiadas) demonstrando sua importância. “Sempre digo para todo fotógrafo mais jovem que o grande lance da atividade é você estar apaixonado. E existem diferentes maneiras de se ativar essa paixão pelas cenas, momentos e temas. Mesmo com certa idade, hoje em dia, quando eu coloco a mochila com o equipamento nas costas, que pesa de oito a dez quilos, me abre o peitoral de empolgação. É uma sensação que ainda me faz bem, que me faz acordar às 5h entusiasmado. E o trabalho da exposição demonstra essa minha uma paixão”, conta o artista.

Na companhia do amigo e curador Rubens Fernandes Junior, revirou seus arquivos atrás das fotografias. Cerca de 180 itens estarão espalhados no espaço de eventos da unidade local, com diferentes ampliações e formatos de apresentação. Livros, cartazes e pôsteres complementam o acervo. Tudo está dividido em 15 núcleos, cada um explorando momentos e estágios distintos do trabalho de Mascaro, incluindo trabalhos mais recentes feitos a partir de celular.

“A mostra nasceu sem o caráter retrospectivo, mas é impossível mostrar o Cristiano, hoje, sem certa cronologia. Tudo acaba sendo uma sintaxe e as conexões entre fatos e fotos são livres. Um cartaz mostrado pode contar uma imagem ampliada na parede. É legal para o público fazer esse exercício entre as plataformas”, explica o curador. Junior também foi responsável por dar nome ao projeto, ao qual a dupla não queria que fosse algo complexo nem misterioso. “Acaba sendo algo poético e brinca com o verdadeiro papel do fotógrafo”, comenta Mascaro.

A maioria do conteúdo está em preto e branco. Influências do suíço Robert Frank, o húngaro Andre Kertesz, o norte-americano Irving Penn e, é claro, Cartier-Bresson fazem parte da escolha – assim como a questão financeira mais viável na época e a facilidade para a revelação. “Para lidarmos com o mundo real e não cair na literalidade do registro postal, ilustrativo, acaba sendo um artifício. Percebi que poderia ver as coisas, mas sem ser literal”, diz o artista.

O Que os Olhos Alcançam terá visitação de terça a sexta-feira, das 10h30 às 21h30, e aos sábado e domingos, das 10h30 às 18h30, até 17 de novembro. O fotógrafo provou que sua intuição diante dos cliques tem muita história para contar, ou melhor, mostrar. 




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