As causas do incêndio em Diadema somente serão conhecidas após o trabalho de peritos do IC (Instituto de Criminalística), que deve durar 30 dias. Especialistas consultados pelo Diário explicam que vestígios de produtos químicos - thinner, hexano e aguarrás - encontrados pelo Corpo de Bombeiros, além de solvente derivado de borracha identificado pela Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) são de fácil combustão.
O engenheiro químico e de segurança Victor Dobrowolski disse que esses solventes são derivados do petróleo. "Por isso, o asfalto, que também deriva do petróleo, derreteu. Além de queimarem com facilidade, são voláteis e se espalham com facilidade pelo ar, formando nuvens de gás. Qualquer faísca provoca combustão".
Outra possível causa apontada pelo especialista para explicar a sequência de explosões é o condensamento do produto químico. "Todos os tambores têm um ponto de abertura. O que pode ter acontecido é que alguns estavam vazando e, em contato com a alta temperatura, ocorre o efeito de um foguete", explicou Dobrowolski.
Para o engenheiro de segurança Paulo Carvalho Alves, a falta de organização para o armazenamento desses produtos seria outro fator a contribuir para o incêndio. "Existem normas internacionais a serem respeitadas para estocar tambores com produtos químicos. Algumas levam em conta a área que a empresa está instalada e criam até proteções para a atmosfera", disse.
Um dos pontos que chamaram a atenção de Alves foi o fato de a Cetesb encontrar resquícios de solvente derivado de borracha. "Esse é o típico produto utilizado para batizar gasolina. É estranho terem encontrado esse solvente."
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