Sem Atila no Paço, vereador foi de quase candidato a deputado do governo a oposição isolada
O impeachment em Mauá, em abril, não só tirou Atila Jacomussi (PSB) do comando do Paço, como também escanteou o mandato de Admir Jacomussi (PRP), pai do socialista. Nos últimos meses, o parlamentar saiu do papel de quase candidato a deputado com apoio da máquina para oposição praticamente isolada. Também vê o boicote do governo da prefeita Alaíde Damo (MDB) a ações do mandato.
Se antes, com o filho no comando da Prefeitura e na presidência da Câmara (2017-2018), Admir possuía privilégios que até causavam ciumeira entre os colegas da casa, agora, o pai do ex-prefeito sequer tem seus requerimentos respondidos. A maioria dos questionamentos feitos ao governo da emedebista volta ao seu gabinete sem detalhamento. “Eu não acho que seja retaliação (por ser pai de Atila). Acho que é uma coisa meio que geral (demorar para responder requerimentos)”, minimizou Admir.
À frente do Legislativo e com Atila no comando do Executivo, Admir protagonizava eventos oficiais e até publicações da administração. Por trás dos privilégios, havia projeto do governo do socialista em eleger o patriarca da família Jacomussi como deputado nas eleições de 2018. A ideia era a de fortalecer o grupo para a disputa de dois anos seguintes, quando Atila tentaria a reeleição.
O caldo entornou quando o socialista foi preso pela primeira vez, em maio do ano passado, no âmbito da Operação Prato Feito, que desmontou esquema de corrupção envolvendo contratos da merenda e material escolares. Atila garantiu a liberdade cerca de um mês depois e retomou o comando do Paço. Nessa altura, porém, o revés foi suficiente para fragilizar o projeto pró-Admir, que enterrou a candidatura.
Restou reconstruir apoio para manter Admir à frente do Legislativo. Nesse meio tempo, nova prisão de Atila, na Trato Feito, desdobramento da primeira operação, prejudicou sua candidatura à reeleição na presidência da casa. Com a fissura, a antiga base que dava suporte à dupla migrou para eleger Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), como presidente. Curiosamente, Neycar é cotado para disputar a sucessão de Alaíde em 2020.
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