O contrato firmado pela Aeronáutica com a TAM para a manutenção do novo Airbus presidencial, no valor de R$ 15,4 milhões por cinco anos, considera um custo de manutenção por hora de vôo muito superior ao custo médio declarado por companhias aéreas que operam aparelhos similares. Na aviação comercial, os custos de manutenção costumam corresponder a cerca de 20% do custo operacional da aeronave por hora de vôo. No caso do avião presidencial, a manutenção consumirá mais de 50% do custo da hora de vôo.

A Aeronáutica não fornece o custo de manutenção por hora de vôo do ACJ 319 presidencial. O Cecomsaer (Centro de Comunicação Social da Aeronáutica) afirma que o contrato possui uma série de especificidades que, assim como o valor do custo de manutenção, não podem ser reveladas devido ao sigilo comercial que rege o contrato firmado com a Airbus. A TAM também não fala sobre questões ligadas ao avião presidencial.

A expectativa oficial é de que o avião realize, em média, de 1 mil a 1,2 mil horas por ano, a um custo total por hora de vôo de US$ 2,1 mil. Esse custo por hora de vôo inclui, além da manutenção, gastos com seguro, combustível, entre outros. Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizar mil horas de vôo por ano, o custo ao ano será de R$ 5,8 milhões. Deste total, R$ 3 milhões, ou 51,7%, correspondem ao contrato firmado com a TAM.

Uma consulta a publicações eletrônicas do setor de aviação, como a “Aviation Now”, mostra que o custo de manutenção de aeronaves da mesma família do avião presidencial em uso pela aviação comercial não costuma passar de 20% do valor do custo da hora de vôo. No caso de companhias com uma frota nova, como é o caso da Jet Blue, o porcentual chega a 10%. Além do fato de que um avião comercial sofre um desgaste maior ao realizar vários vôos por dia, o porcentual em questão refere-se à manutenção total