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São Bernardo
Fiscalização de motos aquáticas é falha na Represa Billings

Mesmo após morte de jovem de 16 anos, há uma semana, no Riacho Grande, irregularidades continuam a ser observadas

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
25/06/2019 | 08:40
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Celso Luiz/DGABC


 Uma semana após o incidente que culminou na morte do jovem Nicolas Conceição dos Santos, 16 anos, que caiu na Represa Billings, em São Bernardo, e não utilizava colete salva-vidas na região do Riacho Grande, em 16 de junho e morreu – seu corpo só foi encontrado no dia seguinte –, o trânsito de veículos aquáticos na Prainha do Riacho segue sem fiscalização.

A equipe do Diário esteve no local e, embora devido ao tempo frio não havia muitas pessoas na água, foi possível flagrar condutores ingerindo bebidas alcoólicas, o que é proibido e pode acarretar na suspensão da habilitação.

Os passeios de moto aquáticas ou barcos são oferecidos por diversas pessoas e empresas na margem da represa. Para conduzir as embarcações, é preciso uma habilitação autorizada pela Marinha. Segundo um desses prestadores de serviço que não quis se identificar, vem aumentando a oferta do serviço sem que as pessoas tenham as devidas licenças junto à Prefeitura. “Quem está legalizado, quem paga impostos e tem de cobrar um preço mais alto, está sendo prejudicado e a administração não está fiscalizando como deveria”, reclamou.

O homem também afirmou que a vigilância do local – a cargo da Marinha – é inexistente. “Se a senhora vier aqui em um domingo de sol vai ver o dia todo as pessoas cometendo irregularidades, levando crianças, alguns até sem coletes, tudo o que não é permitido”, acusou.

O vigilante Lucindo da Silva, 50, há sete anos oferece passeios de barcos na represa. Garante que todos os passageiros saem do local apenas com coletes salva-vidas, mas reconhece que a fiscalização é falha. “A Marinha deve vir aqui uma vez por mês, no máximo”, estimou. Sobre o acidente ocorrido na última semana, Silva afirmou que das marinas (locais para guarda e manutenção de barcos e motos aquáticas) que ficam na Prainha, os condutores só retiram as embarcações com os coletes. “Esse pessoal que anda sem cuidado sai de propriedades particulares ao longo da represa”, completou.

O Diário questionou a Marinha sobre a fiscalização na represa e, por meio de nota, o ramo das Forças Armadas informou que a fiscalização de embarcações em mar aberto e na navegação interior é realizada por meio da execução da inspeção naval pelas capitanias dos portos e suas delegacias e Agências subordinadas. “Dados específicos sobre o acidente mencionado ou relativos ao quantitativo de inspeção naval realizadas na área de jurisdição da Capitania dos Portos de São Paulo deverão ser buscados diretamente com aquela organização militar”, completou o comunicado. O órgão paulista, por sua vez, não respondeu até o fechamento desta edição.

A Prefeitura de São Bernardo informou que a fiscalização das embarcações que circulam na Billings é responsabilidade da Marinha, sendo realizada constantemente na região com apoio da Guarda Ambiental e que os trabalhos são intensificados durante o verão. A administração não esclareceu, no entanto, como funciona o fornecimento de alvarás.

Polícia Civil vai convocar condutor e dono de veículo aquático para depor

A morte de Nicolas Conceição dos Santos, 16 anos, que se afogou após cair de uma moto aquática na Represa Billings, em São Bernardo, em 16 de junho, está sendo investigada pelo 4º DP (Riacho Grande). Santos não usava colete salva-vidas, item de segurança obrigatório.

Segundo informações obtidas na delegacia, o dono do veículo aquático já foi identificado. Trata-se de Carlos Eduardo Aires, 27. A moto aquática era conduzida por Jefferson Duque, 24. Os dois serão convocados para depor.

A polícia ainda não sabe se Duque tinha habilitação para conduzir a moto aquática. O que se sabe, até o momento, é que o equipamento foi emprestado ao jovem por Aires. O adolescente caiu na água no domingo, mas seu corpo só foi encontrado no dia seguinte.

Segundo o Corpo de Bombeiros, até fevereiro deste ano foram registradas cinco mortes em afogamentos na região. No ano passado, foram três casos. O jovem que morreu em São Bernardo foi a sexta vítima deste ano.  




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