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Sexta-Feira, 3 de Maio de 2024

Política
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Pela Operação Barbatana
PSDB de São Bernardo expulsa Mario de Abreu

Vereador afastado e ex-secretário foi alvo de operação do Gaeco por suspeita de cobrar propina para liberação de licenças ambientais

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
07/06/2019 | 11:36
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A comissão de ética do PSDB de São Bernardo expulsou do partido, na noite desta quinta-feira (6), o vereador afastado Mario de Abreu. As alegações foram as denúncias contra o agora ex-tucano no âmbito da Operação Barbatana, desbaratada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em 2017.

Mario foi acusado pelo Ministério Público de cobrar propina para liberação de licenças ambientais quando era secretário de Gestão Ambiental no governo do prefeito Orlando Morando (PSDB). Também responde por, supostamente, vender cargos públicos dentro da pasta. Ele foi exonerado do cargo em outubro de 2017, chegou a voltar à Câmara - é vereador eleito -, mas a Justiça determinou sua prisão e seu afastamento da função. Somente a decretação da detenção foi revogada por instâncias superiores.

Segundo o presidente da comissão de ética do PSDB são-bernardense, o vereador Almir do Gás (PSDB), apesar de Mario não ter sido julgado pela Justiça, os fatos atribuídos a ele são muito graves. “A maioria entendeu pela expulsão. São denúncias pesadas”, resumiu o parlamentar. Curiosamente, é o próprio Almir quem ocupa a vaga de Mario na Câmara - Almir recorreu à Justiça para ocupar a cadeira de Mario.

Dos cerca de 30 integrantes com direito a voto, apenas quatro não votaram pela expulsão (optaram pela abstenção), casos dos vereadores Juarez Tudo Azul e Samuel Alves, além do secretário de Desenvolvimento Econômico e parlamentar licenciado, Hiroyuki Minami. 

Em nota, a defesa de Mario de Abreu informou que vai recorrer da decisão porque não foram percorridos todos os trâmites conforme o estatuto do PSDB. Também em nota, Mario de Abreu disse que a expulsão teve motivação pessoal.

Confira as notas abaixo.

Defesa de Mario de Abreu:
"A defesa do vereador Mario de Abreu afirma que recorrerá ao diretório estadual e, se necessário, ao diretório nacional do PSDB para reverter a decisão de expulsão, tendo em vista que não lhe foi permitido produzir provas e apresentar defesa nas condições previstas no código de ética do partido. Dentre as provas pretendidas, Mario de Abreu requereu audiência de acareação junto com o prefeito Orlando Morando e a deputada estadual Carla Morando, já que ambos têm conhecimento de fatos que podem fortalecer sua defesa. Ademais, os fatos que embasam a expulsão, estão sob apuração junto ao Poder Judiciário, não havendo qualquer decisão de condenação em seu desfavor. O vereador Mario de Abreu está convicto que vai comprovar sua inocência na Justiça."

Mario de Abreu:
"Não tem novidade na notícia que recebi sobre a minha expulsão do partido. É preciso esclarecer que não fui notificado oficialmente, o que descumpre diretamente as regras e normas estatutárias. A situação reflete que o PSDB de São Bernardo há muito tempo já não é mais o mesmo, que respeita suas origens e sua história. Aconteceu algo muito parecido com o ex-prefeito e ex-deputdo federal William Dib, que foi expulso do partido em operação muito semelhante. Importante frisar que participei dos trâmites, que foram feitos de forma grotesca e sem chances de defesa, atropelando o próprio estatuto, e tudo isso comandado pela mesma pessoa que comanda agora minha expulsão. Esse processo do qual agora também sou vítima é fruto de uma árvore envenenada e pura motivação pessoal, ressaltando-se o tratamento diferenciado que se dá aos seus filiados, uma vez que não obstante diversos outros estão com problemas iguais ou mais graves do que o apresentando em tela. Não fui condenado em nenhuma instância, como aliás, bem destaca o quase recém-indicado presidente da comissão de ética, que por sinal, meu suplente, que mesmo não havendo condenação, disse que os fatos são graves. Se o PSDB seguir esse caminho, quer seja aqui, quer seja no Estado, acabará por ficar sem filiados importantes. Estou batalhando para provar minha inocência, destacando que nos postos de secretário, assessor é impossível fazer alguma coisa, ainda mais quando o governo é essencialmente personalista, sem isonomia e tantos outros pontos que apontam para armação. Ressalto aqui: tomarei as medidas judiciais cabíveis, mas não pela minha manutenção no partido, mas de uma maneira a comprovar a minha inocência e fazer valer meu direito de defesa que foi totalmente cerceado, e também utilizar as demais instâncias partidárias."



 




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