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São Caetano
Aciscs blinda Estevam em reunião de conselho

Ligada ao advogado, presidência da entidade proíbe Diário de entrar na sede da associação

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
23/05/2019 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A direção da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano) blindou o advogado Walter Estevam Júnior, ex-presidente da entidade, em reunião do conselho superior. O Diário foi proibido de participar do encontro, ontem à noite, em que houve eleição interna e que também serviria para que o grupo discutisse sobre as denúncias de suposto desvio de R$ 1,2 milhão envolvendo a gestão de Estevam.

Ao chegar à reunião, por volta das 19h15, Estevam ficou visivelmente irritado com a presença da equipe de reportagem do Diário, que revelou o caso no mês passado. “Você (repórter) escreveu que eu neguei as acusações. Você falou comigo?”, esbravejou, enquanto entrava às pressas no prédio. Antes, Estevam acionou os seguranças da entidade.

Funcionários da Aciscs informaram que foram orientados pelo atual presidente da associação, Moacir Passador Junior, que é ligado a Estevam, a barrar a entrada da equipe de reportagem do Diário no local. O dirigente já havia vetado, por telefone, a participação do jornal na reunião. “Não vão entrar porque a entidade é privada e entra quem eu permito”, justificou.

Além da eleição do conselho superior da Aciscs - o presidente será o ex-vereador Amaury Laselva -, a reunião também serviria para que as acusações contra o mandato de Estevam fossem debatidas pelos conselheiros. O Diário apurou que o caso foi discutido superficialmente, que o ex-presidente se defendeu das denúncias e que o tema voltará a ser pautado em um próximo encontro, no mês que vem.

Revelado pelo Diário em abril, o caso remete à investigação conduzida pela Prefeitura de São Caetano. O Palácio da Cerâmica apura suposto desvio de recursos em convênio assinado em 2016, época em que o Paço era governado por Paulo Pinheiro (MDB) e que Aciscs era presidida por Estevam. O repasse foi feito para a realização da campanha de Natal da entidade naquele ano.

Órgão interno do TCE (Tribunal de Contas do Estado) já apontou falta de transparência no convênio e considerou o contrato irregular, além de orientar pela devolução dos recursos aos cofres públicos. A Corte também apontou diversas irregularidades na prestação de contas do convênio, como a existência de nota fiscal que registra o consumo de refeição regada a chope e cerveja.

NO LEGISLATIVO
Na Câmara, o líder do governo do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), Tite Campanella (Cidadania), defendeu que a casa ajude a investigação do caso. O parlamentar afirmou, inclusive, que há debate interno sobre a possibilidade de instauração de CPI da Aciscs. Por outro lado, o presidente da casa, Pio Mielo (MDB), vê como saída “prematura”. 




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