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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Argentina anuncia pesificação e decreta feriado bancário
Do Diário OnLine
03/02/2002 | 21:30
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O governo argentino anunciou na noite deste domingo a pesificação total da economia e a liberação das contas-salário. Reconhecendo que as medidas são impopulares e pedindo o apoio da população para driblar a crise econômica, o ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov, afirmou que não há "formas mágicas e soluções imediatas" para que a Argentina saia da situação econômica atual. No entanto, garantiu que é possível reativar a economia local.

O ministro argentino manteve a restrição aos saques bancários, suspendida na sexta-feira pela Suprema Corte. Ele afirmou que o sistema bancário não tem como liberar os saques, já que todos os bancos quebrariam caso isso acontecesse.

Apenas o dinheiro das contas-salários foi liberado. Os argentinos poderão sacar todo o seu salário a partir de quarta-feira, quando tem fim o feriado bancário anunciado neste domingo. Os bancos permanecem fechados nesta segunda e terça-feira para se adaptar às novas medidas.

Lenicov anunciou a pesificação total da economia fazendo referência ao nacionalismo. "Todos os países têm sua moeda. Queremos ter a nossa economia e a nossa moeda". Ele confirmou que todos os depósitos serão devolvidos em pesos na cotação de 1,40 peso para cada US$ 1, descartando a possibilidade de devolver os depósitos feitos em dólar na moeda americana.

Como forma de compensar a população com a pesificação dos depósitos, o governo criou uma taxa de indexação que vai atualizar as poupanças, baseando-se no índice de preços ao consumidor. Além disso, os depósitos trambém serão atualizados por uma taxa de juros, que poderá ser retirada mensalmente das contas. Já as dívidas superiores a US$ 100 mil serão pesificadas na proporção de 1 peso para cada US$ 1.

Câmbio livre — Outra medida anunciada por Lenicov é a flutuação livre do peso em relação ao dólar. O mercado de câmbio operará livre tanto para as importações como exportações. No entanto, algumas operações, como pagamentos de lucros e juros, vão requerer autorização do banco central argentino.

A livre flutuação do peso é uma das condições exigidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para liberar ajuda financeira ao país. O governo de Eduardo Duhalde tem a esperança de que esse pacote econômico permita à Argentina obter uma ajuda de US$ 15 bilhões do FMI.

Orçamento — O governo deve enviar ao Congresso nos próximos dias o Orçamento para 2002. O projeto, segundo ele, já conta com apoio de maioria no Congresso e deve ser apoiado rapidamente. De acordo com o ministro, o governo quer reduzir o déficit público dos atuais US$ 10 milhões para US$ 3 bilhões (1,5 milhão de pesos).

O orçamento deste ano deve provocar gastos de 38 bilhões de pesos (US$ 27,14 bilhões), o equivalente a 11 bilhões de pesos (US$ 7,8 bilhões) a menos do que no ano 2001. O projeto prevê uma queda de 5% no Produto Interno Bruto (PIB),




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