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Mobilidade Urbana
Trocar modal da Linha 18 será um retrocesso, diz especialista

Medida analisada pelo governo estadual é criticada durante abertura de encontro ibero-americano de mobilidade urbana

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
08/05/2019 | 08:00
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Denis Maciel


 A possível mudança de modal a ser utilizado na construção da Linha 18-Bronze pode representar “enorme retrocesso” para o desenvolvimento da mobilidade urbana do Grande ABC. Essa é a avaliação do coordenador do Creces (Centro Regional para a Cooperação em Ensino Superior na América Latina e Caribe), Daniel Vaz. A afirmação foi feita ontem, durante discurso na abertura do 5º Encontro Ibero-Americano de Mobilidade Urbana Sustentável, em São Caetano.

Segundo o especialista, além de não atender o desejo da população pela continuidade do projeto original do sistema, que prevê ligação entre municípios da região à Capital por meio do monotrilho, a troca do modelo acarretaria ainda na escolha de modal cuja tecnologia já tem sido abandonada em outros países. “A solução apresentada como BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus) não vai funcionar. O BRT já é atrasado tecnologicamente. Então, se ele for o modal escolhido, nós vamos adotar solução que daqui a pouco já não será usada em outros locais”, afirma o especialista ao citar como exemplo o uso do combustível fóssil nos ônibus do BRT, algo que tem sido descartável no sistema de transporte público visando a adoção de medidas sustentáveis.

O representante do Creces cita ainda outros impactos negativos do BRT, como a menor capacidade de transporte e maior passivo energético na comparação com o monotrilho. Os modais são estudados como opções pelo governo estadual para retomada da construção da Linha 18. A previsão é a de que a escolha seja anunciada no próximo mês. “Diferentemente do monotrilho, no BRT você não vai conseguir controlar horário de chegada e saída, além de ser modal menos rápido do que o Metrô”, afirma o especialista.

Sediado pela primeira vez no Brasil, o 5º Encontro Ibero-Americano de Mobilidade Urbana Sustentável promete apresentar ao longo dos próximos dias novas perspectivas sobre a Linha 18 e demais assuntos relacionados ao setor de transportes, por meio de palestras ministradas por representantes de dez países da América do Sul e Europa.

Realizado pela Prefeitura de São Caetano e a USCS (Universidade Municipal de São Caetano), o evento ocorre até amanhã no Cecape (Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação) Drª Zilda Arns, no bairro Barcelona. A entrada é aberta e gratuita.

“Sediar encontro dessa magnitude, que já teve edições anteriores em Barcelona (Espanha) e Bogotá (Colômbia), insere São Caetano e o Grande ABC na discussão dos desafios contemporâneos da mobilidade urbana que passa por questões de ter um transporte de qualidade, sustentável e com energia limpa, além da Linha 18 que vai ao encontro dessa agenda do evento”, avalia o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB).

Na avaliação do reitor da USCS, Marcos Sidnei Bassi, o encontro possibilitará ainda a discussão da chamada Agenda 2030, que aborda o desenvolvimento sustentável. “A mobilidade urbana está diretamente inserida nesta discussão e ter essa troca de experiência será fundamental para nossos gestores”, pontua.

 

PROGRAMAÇÃO

Ontem, na abertura do evento, o vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Adriano Leite de Barros, falou sobre a indústria automobilística. Na programação de hoje está prevista ainda palestra sobre a cooperação internacional de projetos na área de mobilidade urbana.

 

Fala, povo

 

“O Metrô é bem melhor do que o ônibus, principalmente para idosos por conta da acessibilidade.”

Marister Avelino, 69 anos, dona de casa, moradora de São Caetano.

 

“O Metrô vai ser bom para o pessoal do Grande ABC. Vamos acessar São Paulo com mais rapidez.”

Paulo Mesa, 53, gestor comercial, morador de Santo André.

 

“Uso muito o Metrô em São Paulo e é o melhor meio de transporte que a gente tem à disposição.”

Denise da Silva, 27, promotora, moradora de Rio Grande da Serra.

 

“O Metrô com certeza é melhor, porque é mais rápido e transporta mais pessoas de uma vez.”

Antonio Natalício, 27, operador de máquina, morador de Diadema.

 

“Pela agilidade e pela rapidez, o Metrô seria a melhor opção para a população do Grande ABC.”

Maria de Fátima da Silva, 61, cuidadora de idosos, moradora de São Bernardo.

 

“Para a população do Grande ABC, o Metrô é bem melhor do que a ideia do corredor de ônibus.”

Wesley Santos, 38, segurança, morador de Mauá.




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