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Projeto estimula comunidades a pensar melhorias ambientais

Moradores de seis núcleos serão capacitados em Sto.André; proposta é revitalizar áreas

Por Victor Augusto/Especial para o Diário
06/05/2019 | 07:45
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André Henriques/DGABC


Grupos de 60 moradores de seis favelas e conjuntos habitacionais instalados em Santo André passarão por formação prática na área ambiental com o objetivo de se tornarem multiplicadores em suas comunidades. Durante os próximos quatro meses, a meta é propiciar transformações – feitas pelo coletivo – para práticas capazes de melhorar a qualidade de vida dos habitantes de áreas carentes, tais como revitalização de espaços degradados ou até mesmo a conscientização sobre temas como o descarte correto de resíduos.

O projeto No Meio da Vila: Sensibilizando Moradores Para o Cuidado Com a Cidade foi idealizado pelo MDDF (Movimento de Defesa dos Direitos de Moradores em Favela) e será financiado com recursos do Fumgesan (Fundo Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental de Santo André), por meio de edital de seleção pública de projetos da sociedade civil, dos parceiros do movimento e do próprio MDDF.

Segundo a coordenadora do movimento, Solange Dias, a ideia da ação surgiu da percepção de que muitos problemas ambientais, como o descarte e a queima de resíduos ao ar livre e a não preservação das áreas verdes, não são incorporados pelo poder público nos processos de urbanização de favelas. “Quando há ações de educação ambiental, elas ocorrem nas escolas e não no ambiente informal. Essa é uma lacuna a ser trabalhada.”

O programa foi dividido em etapas, sendo a primeira a apresentação nas comunidades envolvidas – núcleo Tamarutaca, na Vila Guiomar, conjunto habitacional Prestes Maia, na Vila Sacadura Cabral, conjunto habitacional Gonçalo Zarco, na Vila Aquilino, além dos núcleos Piracanjuba, Ipiranga I, e Ipiranga II, localizados no Parque João Ramalho. Em um segundo momento, será feita formação dos 60 agentes multiplicadores por meio de visitas técnicas aos locais de interesse ambiental da cidade, entre eles o aterro sanitário municipal, no bairro Cidade São Jorge, e as unidades de conservação do Parque do Pedroso e da Vila de Paranapiacaba. A fase seguinte inclui ações de revitalização de áreas degradadas e, por fim, serão feitos avaliação e monitoramento.

Moradora do Núcleo Tamarutaca, Expedita Santana, 71 anos, acredita que o projeto trará benefícios ao local onde vive há 37 anos. Ela ressalta que convive com ratos e mosquitos em decorrência do descarte de lixo na frente de sua casa. “É uma bela iniciativa. Será ótimo para nós.” A autônoma Andreia Quaglietta, 35, que trabalha na comunidade há dois anos, crê que a ação vai ajudar na conscientização dos habitantes da área. “Os moradores precisam saber que há lugares apropriados para o descarte de lixo. A comunidade vai se tornar um local mais limpo e confortável”, considera. A Praça Anita Garibaldi, no bairro, que virou ponto de descarte de lixo pelos próprios moradores, está entre os pontos aptos a participar do programa.

Fundado em 1987 – a partir da criação, em Santo André, em 1977, do Movimento de Defesa dos Favelados – o MDDF tem como missão representar os moradores de favelas e núcleos habitacionais junto aos poderes e órgãos públicos, autarquias e empresas. 




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