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Corredor ABD é alvo de reclamações por parte de usuários

Ônibus superlotados, equipamentos sem manutenção e condições precárias do pavimento são as principais queixas dos passageiros

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
01/04/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Anunciado como referência em qualidade de transporte público, o sistema de trólebus do corredor metropolitano São Mateus-Jabaquara, gerenciado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e operado pela concessionária Metra desde 1997, coleciona problemas. Ônibus superlotados, equipamentos sem manutenção e condições precárias do pavimento revelam quadro de queda na eficiência do serviço oferecido à população.

Ao longo da última semana, a equipe de reportagem do Diário percorreu o sistema, responsável por atender diariamente 320 mil passageiros, e constatou, junto aos usuários, série de falhas operacionais. Entre os pontos considerados mais críticos está a superlotação de algumas linhas, com destaque para a 284 (São Mateus/ Santo André em que usuários chegam a aguardar, em horário de pico, até 30 minutos entre um coletivo e outro.

Na quarta-feira, por volta das 18h, o Diário verificou de perto o drama enfrentado por passageiros no Terminal Oeste de Santo André. “Tem dia que temos de esperar passar quatro ônibus para conseguir embarcar. Isso é desumano”, afirma o encanador Roberto Pereira Xavier, 40 anos.

Sem qualquer controle de funcionários, passageiros se improvisavam em filas desorganizadas ao longo da plataforma dos coletivos. “Onde já se viu no horário de pico não ter reforço da frota”, observa a babá Zilda Aragão, 55.

Embora tenha recebido no início do mês reforço de 25 veículos, no Grande ABC, o sistema ainda opera com coletivos comprados na data do início da operação do sistema, em 1997. Ao menos dois veículo fabricados em 1996 foram flagrados pela equipe do Diário circulando pelo ramal. Todos superlotados. Conforme a Metra, os veículos, no entanto, ainda estão dentro da idade máxima – de 30 anos – permitida. “Pagamos um preço absurdo para ter qualidade e não uma frota antiga com infraestrutura abaixo da desejada”, relata a corretora Andressa Secquetine, 42.

Não bastassem as falhas na operação do sistema, usuários na região ainda têm encontrado dificuldades na compra de bilhetes com filas em guichês espalhados na estação. A falta de postos credenciados para a venda dos passes, aliada à ausência de fiscalização por parte da Metra, concessionária responsável pelo sistema, também tem causado transtornos aos usuários do corredor. Sem opções, passageiros que ainda dependem do bilhete de papel são obrigados a recorrer ao comércio irregular, que, de forma abusiva, chega a cobrar até R$ 0,20 a mais pela passagem – o valor é 4% mais caro do que a tarifa oficial, de R$ 4,80.

Apesar da situação já ter sido alvo de denúncia do Diário em 2013, quando vendedores repassavam o bilhete aos passageiros com tarifa R$ 0,30 superior ao valor correto, o problema ainda é recorrente. “Tem pontos pelo corredor onde é muito difícil achar lugar credenciado para a venda”, afirma o lojista Igor Fernandez, 26.

OUTRO LADO
Questionada a respeito dos apontamentos feito por usuários, a Metra disse que cumpre o horário de 97% das viagens programadas em suas linhas, porém destaca que há atrasos em casos de falta de energia e trânsito excessivo nos trechos mistos, onde há compartilhamento de veículos comuns e trólebus.

Sobre a venda irregular, a concessionária diz que mantém 83 postos credenciados ao longo do corredor, os quais são fiscalizados. “Quanto aos postos de venda irregulares, que acabam por vender todos os tipos de bilhetes e créditos de cartão, não podemos atuar de maneira direta.”

A EMTU, por sua vez, afirma que assim como todos os coletivos do sistema regular gerenciado por ela, “os trólebus também passam por rigorosa inspeção, na qual são verificados todos os itens ligados à segurança e manutenção.”




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