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Três semanas após enchentes, vítimas ainda aguardam FGTS

Reunião entre a Caixa e o Consórcio será realizada para definir procedimentos

Aline Melo
do Diário do Grande ABC
30/03/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Três semanas após enchente deixar dez mortos e inúmeros prejuízos ao Grande ABC, as vítimas ainda tentam se organizar para retomar a vida. Um dos muitos anúncios feitos pelos governos federal, estadual e municipal, a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que poderia auxiliar na reconstrução das casas, não só ainda não teve início como os moradores enfrentam dificuldades em obter informações sobre os procedimentos.

O governo estadual, que anunciou em 14 de março que o saque das contas seria liberado, explicou que todo o processo é coordenado pelo governo federal, via Caixa, e defesas civis municipais, e que a gestão estadual não tem como intervir nisso.

O Ministério do Desenvolvimento Regional e Integração Nacional, por sua vez, explicou que cada município deve adotar providências junto à Caixa Econômica para que as famílias possam sacar o benefício.

A Caixa informou que está trabalhando conjuntamente com as autoridades municipais da região. “O processo de mapeamento das áreas atingidas pela Defesa Civil das prefeituras ainda não foi finalizado, embora esteja adiantado. Assim que todos os trâmites para o pagamento estiverem definidos, a Caixa fará a divulgação por meio da imprensa e também prestará informações pelo SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente)”, informou em nota.

O presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), afirmou que aguarda reunião com a Caixa, na próxima terça-feira, para que sejam definidos os procedimentos e a comunicação aos moradores para que tenham acesso ao saque do FGTS. “A ideia da própria Caixa é unificar o procedimento para todas as cidades”, concluiu.

Santo André e São Bernardo informaram que os cadastros da Defesa Civil já foram concluídos e enviados ao banco, e que aguardam posicionamento sobre o início dos pagamentos. Diadema destacou que o munícipe atingido deve ir ao Poupatempo na cidade, solicitar a declaração de imóvel atingido e levar o documentos (carteira de trabalho e comprovante de endereço) na Caixa. “A Prefeitura está aguardando retorno do banco, com indicação da data e agência que fará esse atendimento em Diadema”, relatou, em nota. Ribeirão Pires informou que está finalizando a documentação necessária.

A assessoria de São Caetano informou, apenas, que a liberação depende de negociação entre as três esferas de governo. Mauá e Rio Grande da Serra não responderam até o fechamento desta edição.

Moradores se queixam de falta de informações por parte das prefeituras

O técnico ambiental José Oliveira, 50 anos, morador do bairro Piraporinha, em Diadema, teve a casa invadida pela água, na noite do dia 10 e madrugada de 11 de março e, desde então, encontra dificuldade para saber como pode ter acesso ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Oliveira relatou que fez contato telefônico com a Prefeitura de Diadema e que falou em pelo menos quatro departamentos diferentes. Orientado a ligar na Caixa, um funcionário do banco o mandou procurar, novamente, a Prefeitura.

O munícipe declarou que tamanho conflito de informações o faz duvidar que o beneficio vá se concretizar. “Mais de 15 dias e até agora nada. Parece mais uma jogada política”, lamentou. 

Moradora do bairro Capuava, em Mauá, a dona de casa Sandra Rossi, 45, sequer sabia da possibilidade do saque. “A Prefeitura veio aqui e distribuiu cestas básicas, mas não informou sobre nada”, protestou.




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