Preso duas vezes, prefeito não descarta brigar por segundo mandato, apesar de desgastes
Preso em duas ocasiões sob acusação de corrupção e atualmente respondendo dois processos de impeachment, o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), afirmou que ainda pensa em disputar a reeleição, no pleito do ano que vem.
Em entrevista ao Diário, Atila defendeu que, se houver “dedicação” do seu governo neste ano, poderá pleitear mais um mandato. “Não descarto (disputar a reeleição). Eu sou um político, nasci na política e tenho muito orgulho do que faço”, disse o chefe do Executivo, ao pregar que “tem que ser um 2019 que ultrapasse qualquer tipo de limite”, em referência a ações do mandato durante o exercício.
Apesar de Atila falar publicamente em disputar a reeleição, internamente a palavra de ordem é cautela. O núcleo duro do grupo do socialista ainda tenta medir o impacto causado pelas duas operações da PF (Polícia Federal) – Prato e Trato Feito –, que culminaram com duas prisões com ampla repercussão. As acusações tratam de suposto envolvimento de Atila e de figuras políticas próximas ao prefeito a esquema de desvio de dinheiro em contratos de merenda e material escolares. A PF sustenta que ele recebia mesada de empresas prestadoras de serviço da Prefeitura e ainda distribuía parte da propina a 21 dos 23 vereadores, mais um suplente. Todos negam as acusações.
Paralelamente, Atila foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal), nas duas ocasiões, por corrupção (ativa e passiva) e formação de organização criminosa. Eventuais condenações podem gerar obstáculos jurídicos para uma possível candidatura do socialista à reeleição.
COMPARAÇÃO
Atila evita falar explicitamente, mas o grupo do prefeito aposta em possível desaprovação popular do governo interino de Alaíde Damo (MDB) e, como consequência, comparação com o seu mandato. Não à toa, assim que retomou o cargo – foi solto por força de liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no dia 15 e reassumiu o Paço três dias depois – Atila reviu medidas impopulares adotadas pela gestão provisória, como o fim da gratuidade no transporte público para estudantes e o fim da baldeação gratuita no Terminal Itapeva. “A passagem de Alaíde quem vai julgar é o povo”, desconversa o prefeito.
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