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Assédio
Insegurança no cotidiano
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
24/02/2019 | 12:17
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Pixabay


Segundo o dicionário, a palavra assédio se refere a ‘insistência impertinente’. Para as mulheres, o termo também é acompanhado por tensão, insegurança e diferentes sentimentos ruins que o abuso gera em uma pessoa. Não à toa pesquisa realizada com brasileiras com idade entre 14 e 21 anos mostra que 53% dessas jovens convivem diariamente com o medo de ser assediadas. A porcentagem é muito superior em comparação com outros países, casos de Quênia (24%), Índia (16%) e Reino Unido (14%).

O levantamento é resultado de estudo realizado pela organização internacional ActionAid com o objetivo de reunir informações sobre a exposição ao ódio contra as mulheres e como ocorrem experiências generalizadas de assédio sexual na adolescência. É possível notar evolução negativa quando os grupos são divididos por idade. Na faixa dos 14 aos 16 anos, a apreensão acompanha 41% das entrevistadas, com o número aumentando quando se analisa adolescentes entre 17 e 19 anos (56%) e 20 e 21 anos (61%).

“A grande alteração que deve acontecer é mudar a cabeça das pessoas. Não criar meninos machistas, violentos, e fazer cumprir efetivamente as leis que deveriam ser mais duras e proteger a mulher efetivamente”, comenta Juliana Almeida, advogada feminista de direito das famílias e integrante da comissão da mulher advogada da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santo André. “Mudar a cabeça da nova geração é a última esperança que temos e esse trabalho deve ser desenvolvido não só com as meninas jovens, mas também com os garotos, pois eles também são vítimas de imposições machistas culturais.”

Andar por aí acaba sendo missão corajosa para as garotas, com a chegada do Carnaval prometendo complicar ainda mais por conta de receita que inclui bebidas, drogas e perda de noção em parte dos foliões. Detalhe que, neste ano, será a primeira vez que esse tipo de ‘contato’ será qualificado como crime, com pena prevista de um a oito anos de prisão – nas temporadas passadas, o problema era considerado contravenção, tendo apenas uma multa como consequência ao praticante. “Para ficar atento aqui vai algumas das atitudes que se encaixam: tocar nos seios, na genitália, nas pernas, roçar em outra pessoa, tudo sem o consentimento dessa. O famoso ‘roubar um beijo’ também se enquadra, mas lembrando que o beijo à força não, pois é classificado como crime de estupro por existir a violência”, explica a especialista. ‘“Não é não’, simples assim.” 




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