“Há de se conduzir a vida, os sonhos, delírios rompantes que se projetam na lateral de um campo-menino. A bola vem no pé que a carinha e no outro que a projeta. O corpo vem atrás, a torcida vem junto e o homem vem na frente!”
Dárcio Ricca, inspirado na foto do lateral-esquerdo Donizeti do cartaz da 107ª reunião do Memofut.

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A história do futebol é tão rica que cada esportista pode e deve escrever um ou mais capítulos. Isso ficou demonstrado sábado passado, na 107ª reunião do Memofut (Grupo Literatura e Memória do Futebol), no Pacaembu, onde o Museu do Futebol recebe, reúne e sistematiza livros, revistas, álbuns e artigos futebolísticos de todas as partes e épocas

Roberto Donizeti Dagostino foi o centro das atenções. O antigo jogador do Palmeiras, Goiás, São Bento e outras equipes, nascido no Ipiranga, contou histórias. Esclareceu dúvidas:
- Ademir da Guia, lento? Ele era o primeiro a chegar ao topo do Pico do Jaraguá nos exercícios físicos ali realizados pelo Palmeiras.
- Leão, arrogante? Não, um amigo. Incentivador. Recebia os novos contratados, mesmo os que fossem da sua posição.
- Luiz Pereira, o Luiz Chevrolet de São Caetano: um dos melhores que viu jogar. Jogaria tranquilamente de armador.
- Helio Maffia, preparador físico: foi o divisor de águas no preparo físico brasileiro. Mudou a filosofia da preparação física no Brasil.

(Imaginem: como sempre, na plateia, estava um emocionado Helio Maffia, modesto e simples, que mora em Jundiaí).

-O jogador de futebol: carreira dificílima. Precisa matar um leão por dia e ainda arrastá-lo morro acima.
- Pensamento: o jogador é que deveria ser o protagonista do futebol. Hoje quem dá as cartas é o técnico, à beira do campo. O técnico deveria ser proibido de ficar de pé chamando a atenção. Bobamente, dizemos nós.

BALAS DE FIGURINHAS
-Participando da reunião, Antonio Carlos Bonin. Ele e uma caixa de papelão com álbuns de figurinhas. Tem 1.000 álbuns. As primeiras estampas, início do século passado, vinham impressas em embalagens de cigarros, tempo da Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos).
-Bonin tem na coleção os álbuns de figurinhas editados em São Caetano, na década de 1950, com times do Grande ABC e da Baixada Santista.
- Da coleção de Bonin fazem parte álbuns com outros temas. Um deles: o editado pela firma Cestas de Natal Amaral, que tinha fábrica em Rudge Ramos. A pedido de Memória, este álbum será reproduzido e mostrado para vocês. Aguardem.

Ao lado do colega José Vinicius do Amaral, Antonio Carlos Bonin começou a escrever a história da figurinha no Brasil. Chegou ao ano 2011. Com a morte do amigo, o projeto está em suspenso.

PLANET BUARQUE
A Copa do Mundo de 1954 foi um dos temas abordado por José Roberto Fornazza em sua exposição sobre a Gazeta Esportiva Ilustrada. Quem participou daquela cobertura foi o jovem repórter Paulo Planet Buarque, então com 26 anos de idade.

A ideia que surgiu foi a de convidar o próprio Paulo Planet Buarque, hoje com 91 anos, a participar de uma das próximas reuniões do Memofut. Afinal, que outro jornalista paulista está entre nós para comentar os bastidores de uma Copa do Mundo como a realizada na Alemanha 64 anos atrás?

TABELINHA
Alexandre Andolpho e Rodrigo Saturnino Braga. Há várias reuniões do Memofut eles vêm detalhando e comentando o livro O Negro no Futebol, do jornalista Mario Filho. Mais do que pinçar curiosidades, mais do que relatar acontecimentos esportivos e de época, Rodrigo e Alexandre dão verdadeiras aulas literárias, enobrecendo a construção social da memória histórica do nosso futebol.

EMOÇÃO
As notícias da morte do ex-goleiro Jairo (1946-2019) e a dos meninos da categoria de base do Flamengo abriram a reunião de sábado do Memofut, com homenagem e um minuto de silêncio. No telão, a trajetória de Jairo, em pesquisa ilustrada feita por Dárcio Ricca, o coordenador do Memofut.

TRAILER
Esta semana em Memória: as relíquias futebolísticas guardadas por Cézar Livio, o Carioca de São Bernardo.

Interação com Facebook
 

‘O Brasil e a crise da Inglaterra’

Súbito, estranho temor varre a poderosa Inglaterra, antiga dominadora dos mares e das colônias.
Da crônica de Guido Fidelis publicada pelo Diário em 12 de fevereiro de 1989. Confiram a íntegra no Facebook da Memória – acessem o endereço acima.

Diário há 30 anos

Domingo, 12 de fevereiro de 1989 – ano 31, edição 6987

São Bernardo – O minizoológico é a atração do Parque Estoril, em São Bernardo. Dez viveiros foram construídos para abrigar macados, tatus, capivaras e antas. No lago habitam patos, marrecos e peixes. O zoológico é administrador por Osvaldo Meroti, 27 anos dedicados ao antigo parque municipal.
 

Em 13 de fevereiro de...

1919 – Com duas exceções, são restabelecidos todos os trens de passageiros entre São Paulo e Santos, que haviam sido suprimidos devido às últimas chuvas. Um dos trens continuará a parar em todas as estações além de São Bernardo (hoje Santo André).
- Do noticiário do Estadão: Proclamada a República na Alemanha. Friedrich Ebert é eleito presidente.
- Do noticiário do Correio Paulistano: o rei Affonso XIII, da Espanha, anuncia que irá visitar o Rio de Janeiro e outras cidades da América do Sul.

Hoje

- Dia do Ministério Público Estadual, criado por lei de 1978.
- Dia Mundial do Rádio
 

Santos do Dia

- Ermelinda
- Benigno
- Estevão de Rieti
- Martiniano