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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Varíola era desafio em 1908, diz IBGE
29/09/2003 | 22:09
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Em 1908, a epidemia de varíola foi a principal causa de morte da população do Rio, então capital do país. Dos 26.826 óbitos registrados no Distrito Federal, 9.046 foram provocados pela doença infecciosa erradicada no mundo em 1980. Em 2000, o que mais matou os cariocas foram as doenças do aparelho circulatório (29% do total das 48.558) e a violência (11,5%).

A publicação Estatísticas do Século XX mostra que, no século passado, o brasileiro deixou de ser vítima de doenças parasitárias e contagiosas para ser afetado principalmente pela "epidemia" da violência e pelos males crônicos e degenerativos – seguindo o padrão dos países mais velhos e ricos.

O primeiro AEB (Anuário Estatístico do Brasil), que apresenta as principais moléstias do período de 1908 a 1912, tem informações detalhadas apenas do Rio de Janeiro, mas há alguns números de outras 17 capitais brasileiras. As outras doenças do período são a tuberculose, a febre tifóide, a malária e a peste bubônica. Males simples, como disenteria e gripe, também vítimas fatais.

Nos últimos 100 anos houve muitos avanços, como a queda da mortalidade infantil, a elevação da expectativa de vida e o aumento da infra-estrutura de saúde. Mas ainda há outros como a hanseníase, a tuberculose e a malária.

Em 1930, data da realização do primeiro levantamento comparável do país inteiro, morriam 162,4 crianças de até um ano para cada mil nascidas vivas. Em 2000, o Brasil conseguiu atingir a taxa de 29,6/1000 – apesar da queda, o país ainda está longe das taxas européias, que giram em torno de 5/1000, e até de países latino-americanos. No Rio de 1908, houve 567 registros de mortes nos primeiros anos de vida ou por doenças congênitas.

O brasileiro também passou a viver muito mais. Segundo estimativas do estudo, uma pessoa que nascia em 1900 viveria, em média, 33,6 anos. Em 2000, a expectativa de vida no país pulou para 68,6 anos. E houve diminuição importante do número de filhos – de 6,3 por mulher em 1940 para 2,3 em 2000. O Brasil teve sucesso em vencer o sarampo e a poliomielite, mas não conseguiu conter a tuberculose, a malária e a hanseníase.




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