A Prefeitura de Diadema protocolou projeto na Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) solicitando autorização para obra viária próximo ao Parque Ecológico do Eldorado. O local é área de manancial e, por isso, além da autorização da empresa estadual, a administração municipal precisa de licença da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e aval do Condema (Conselho de Defesa do Meio Ambiente). Sem terem sido consultados, integrantes do colegiado temem que haja intervenções irregulares e prejudiciais ao meio ambiente.

A Emae confirmou que foi protocolado ofício a respeito do projeto viário no bairro de Eldorado. “Sobre o assunto, estão sendo realizadas as análises técnicas necessárias para que possa ser formalizada resposta ao município”, informou em nota. A empresa não detalhou qual seria a obra. “A avaliação de expedientes dessa natureza envolve várias etapas pelas áreas técnicas da empresa. A Emae reitera que o assunto já está tramitando, cumprindo as etapas necessárias”, completou a nota.

A equipe do Diário apurou que trata-se da construção de rotatória entre a Estrada do Alvarenga e a Avenida Nossa senhora dos Navegantes, ao lado do parque. “Nosso temor é que o conselho só seja acionado quando as intervenções já tiverem começado, a exemplo da reforma da Praça Lauro Michels (no Centro)”, explicou o conselheiro e representante do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC) no Condema, o engenheiro Claudio Milz, 48 anos.

Para a população do local, entretanto, a intervenção é necessária. O jornaleiro João Aparecido, 52, afirmou que são comuns os acidentes no cruzamento. “Rotatória ou semáforo. Alguma coisa é necessária para organizar o trânsito”, defendeu. O taxista João Toledo, 67, confirmou que a Prefeitura promete a obra há anos, sem que seja definido prazo para sair do papel. “A ideia é até mudar o ponto de táxi de local, para ter mais espaço para a rotatória”, afirmou. Toledo vê as mudanças como positivas. “Já faz tempo que é necessária essa melhoria. Em horário de pico fica muito complicado.”

Advogado especialista em Direito Ambiental, Virgílio Alcides de Farias explicou que o Condema deve ser consultado durante o processo de obtenção de licença junto à Cetesb. A Prefeitura de Diadema foi questionada sobre os detalhes da obra, mas não retornou até o fechamento desta edição.

CASTELO BRANCO
A reforma da Praça Castelo Branco causou polêmica, pois prevê a descaracterização do espaço, patrimônio histórico do município, e a retirada de, ao menos, sete árvores.