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Dia da Diabetes
Educação é a chave para barrar o avanço da diabetes na região

Doença afeta pelo menos 9% da população, cerca de 244 mil munícipes do Grande ABC

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
14/11/2018 | 07:00
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Nario Barbosa


 A Educação é a chave para o combate à diabetes. A avaliação é do médico endocrinologista, fundador e presidente da Adiabc (Associação de Diabetes do ABC) e coordenador nacional da campanha pelo Dia Mundial do Combate à Diabetes, Márcio Krakauer. Segundo o especialista, com informação a respeito dos benefícios da boa alimentação e de hábitos de vidas saudáveis, é possível reduzir os gastos com os pacientes já diabéticos, e principalmente, evitar o aparecimento de novos casos da doença. Ele estima que ao menos 9% da população seja diabética, o que corresponde a 244 mil indivíduos. “Deste total, 90% têm a diabetes tipo dois, que é a mais comum”, explica.

A diabetes é uma doença que se caracteriza, basicamente, pela incapacidade do pâncreas de produzir o hormônio chamado insulina, que controla os níveis de açúcar no sangue. É dividida entre os tipos um (incapacidade absoluta) e dois (incapacidade relativa). O Dia Mundial do Combate à Diabetes, celebrado hoje, visa conscientizar a população sobre os riscos do mal. A diabetes tipo um acomete, normalmente, crianças e adolescentes. Já a tipo dois é mais comum entre pessoas acima dos 45 anos, obesas e/ou com sobrepeso, sedentárias, com histórico familiar da doença e mulheres que desenvolveram diabetes gestacional.

Alimentação saudável e atividades físicas podem evitar o aparecimento do tipo mais comum, segundo o especialista. “A perda de 7% do peso reduz em 60% a incidência da doença”, afirma o médico.

Fundador da associação, que completa 20 anos em 2018, o endocrinologista destaca que a grande dificuldade do diabético é lidar com a alimentação, fazer escolhas saudáveis. Por isso, com encontros semanais, que reúnem cerca de 50 indivíduos, todos os sábados, a Adiabc acolhe o paciente, desde o momento do diagnóstico. “Criança, jovem ou adolescente, essa pessoa vai ser recebida por alguém que passa pelo mesmo que ele”, pontua.

Não poder mais comer como antes é um dos principais medos do diabético, explica o endocrinologista. Depois, vem o receio em relação às sequelas da doença, como problemas de visão, de circulação e renais. “Não gosto de falar em dietas. As pessoas precisam aprender a se alimentar de maneira mais saudável”, opina. A associação também oferece atendimento psicológico e encaminhamento médico.

Foi com apoio da Adiabc que a auxiliar odontológica Vanessa dos Santos, 39 anos, moradora de Santo André, conseguiu lidar com o diagnóstico de diabetes tipo um, recebido há dez anos. Desde então, são três doses diárias de insulina injetável. “Passei por acompanhamento psicológico por nove anos. Muitas pessoas reagiram como se eu não fosse durar muito tempo, mas não é bem assim. Com os cuidados com a alimentação, atividade física e a medicação, dá para ter uma vida quase normal”, declarou. Vanessa reconhece que nem sempre segue à risca as recomendações médicas, mas se mantém atenta à alimentação do filho Arthur, 2. “Tenho sorte que ele não gosta de muitas coisas com açúcar, como bolachas recheadas. Adoço os sucos com adoçante, ou sirvo natural”, explicou.

 

S.Bernardo prepara atividades para conscientizar moradores

 

A Prefeitura de São Bernardo realiza, hoje, na Policlínica Centro (Avenida Armando Ítalo Setti, 402, no Baeta Neves), ação de conscientização sobre a diabetes. A atividade marca o Dia Mundial do Combate à Diabetes. Serão realizadas rodas de conversa e palestras educativas com equipe multiprofissional, composta por enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos e fisioterapeutas. Para participar do evento, basta ir até a unidade de Saúde e apresentar documento com foto e carteirinha do SUS (Sistema Único de Saúde). As palestras ocorrerão em horários programados, das 8h às 16h30.

A Secretaria de Saúde estima que 25 mil pessoas na cidade sejam diabéticas, sendo 9.000 dependentes de insulina e 16 mil que retiram medicamentos nas farmácias das UBSs (Unidades Básicas de Saúde). “A diabetes é uma doença crônica, silenciosa e que não tem cura. Se não for controlada, pode ocasionar outros problemas, como distúrbios cardíacos e renais, além de problemas de cicatrização. A população deve ficar em alerta e procurar as unidades de Saúde”, aponta o secretário da Pasta, Geraldo Reple.

Em Mauá, 5.400 pacientes diabéticos são acompanhados. A Secretaria de Saúde informa que cada unidade da rede trabalha com população determinada, sendo responsável pelo diagnóstico e acompanhamento dos pacientes.

As atividades são realizadas com o apoio de profissionais especializados, educador físico, nutricionista, psicólogos e fisioterapia, que compõem a equipe de apoio à Saúde da Família. As UBSs discutem os casos complexos com a rede e articula o acesso às demandas de atendimento especializado.

As outras prefeituras não responderam até o fechamento desta edição.

 

Acesso a medicamentos modernos ainda é escasso

 

A diabetes tipo dois, a mais comum entre os pacientes que têm a doença, normalmente é controlada por medicamentos via oral. O tipo um, mais raro, exige aplicação de insulina, mas drogas mais modernas e com melhor resposta ainda estão longe do grande público. Estima-se que menos de 1% dos pacientes tenham acesso aos tratamentos mais avançados.

“No serviço público, a oferta de medicamentos mais comuns tem melhorado, mas ainda não é a ideal”, afirma o endocrinologista, fundador e presidente da Adiabc (Associação de Diabetes do ABC) e coordenador nacional da campanha pelo Dia Mundial do Combate à Diabetes, Márcio Krakauer.

A auxiliar odontológica Vanessa dos Santos, 39 anos, moradora de Santo André, faz uso de insulina injetável três vezes ao dia. O medicamento e as seringas, assim como o aparelho que mede diariamente o nível de açúcar no seu sangue, foram fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas somente após pedido na Justiça.

 




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