A pergunta mais imediata é se Jader conseguiu fortalecer-se no seu caminho para a presidência do Senado ou se foi atingido seriamente em seus planos. Os seus defensores acham que ele sai fortalecido. Por este raciocínio, em primeiro lugar o senador paraense teria deixado o PFL em uma situaçao delicada, com duas frentes de batalha a administrar: as eleiçoes da Câmara e as do Senado.
Embora o PFL nao queira que sejam eleitos nem o líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), nem Jader, no Senado, o partido estaria sem condiçoes de vetar os dois candidatos, após o confronto de desta quarta. Um acordo entre PMDB e PSDB, segundo este raciocínio, conseguiria isolar o PFL. O desgaste sofrido por Jader com o confronto poderia ser superado até o fim do ano, acreditam ainda os aliados do senador peemedebista. Esta, inclusive, teria sido uma das razoes que teriam levado Jader a antecipar o confronto com Antonio Carlos Magalhaes. Se o ápice das acusaçoes ficasse para o fim do ano, a recuperaçao de Jader seria mais difícil. Mas este roteiro é totalmente contrário ao cenário previsto pelos aliados do senador Antônio Carlos Magalhaes.
O senador baiano tem declarado que nao deixará as denúncias serem arquivadas, apesar do empenho que deverá haver dos aliados governistas com este objetivo. O senador desdenhou a carta de Jader, que teria colocado seu sigilo bancário à disposiçao. Ao saber da iniciativa do adversário, Magalhaes disse que a quebra só ocorre com a autorizaçao aos gerentes dos bancos, como ele (Magalhaes) fez.
Mais acusaçoes - ACM já estaria contando com uma nova leva de acusaçoes contra o presidente do PMDB, Jader Barbalho (PA), a exemplo do que ocorreu com a CPI do Judiciário, em que a cada dia surgiam novos documentos contra os acusados. Magalhaes tem lembrado inclusive que o ex-deputado Carlos Lacerda muitas vezes fazia uma denúncia sem nenhuma prova material, e, após seu discurso, os documentos começavam a chegar até ele. Com essa tática, os aliados do senador acreditam que Jáder nao terá tempo para recuperar-se, já que os ataques serao permanentes.
Os documentos entregues por Jader Barbalho e por Antonio Carlos Magalhaes serao analisados hoje pela Mesa Diretora do Senado, que se reunirá sem a presença do seu presidente. No encontro, que será presidido pelo vice-presidente do Senado, Geraldo Melo (PSDB-RN), serao discutidos os encaminhamentos a serem dados ao caso. Magalhaes quer que o Conselho de Ética do Senado aprecie as denúncias. O PPS quer que a Procuradoria Geral da República também as receba. Além desta reuniao, está marcado para hoje, na comissao especial mista que discute o reajuste do salário mínimo, um depoimento do ministro da Previdência social, Waldeck Ornélas.
Foram declaraçoes de Ornélas contra o reajuste do mínimo para R$ 180,00 - defendido por Magalhaes - que serviram de pretexto para Barbalho iniciar na semana passada a ofensiva contra o presidente do Senado. Na Câmara, haverá nova tentativa de continuar a votaçao da reforma do Judiciário, mas sem grandes perspectivas de sucesso, já que nas quintas-feiras começa o esvaziamento do Congresso.
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