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Na escola
Por dentro do mundo das fanzines

Estudantes se envolveram em pesquisa, escrita e noções de diagramação das páginas

Tauana Marin
Diário do Grande ABC
21/10/2018 | 07:00
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Criar fanzines (publicações impressas independentes, sobre os mais variados temas) foi revelador para os alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Alfredo Burkart, de São Caetano. Em projeto sob orientação da professora de Língua Portuguesa Sisina Peruzin, os estudantes se envolveram em pesquisa, escrita, noções de diagramação das páginas, busca por curiosidades sobre o tema e a escolha das mais variadas gravuras e ilustrações, no período de 40 dias. “A Educação no Brasil está muito atrasada em relação aos demais países. Por isso, quando fazemos um projeto como esse, nos sentimos enriquecidos. Saímos um pouco das apostilas e livros para viver e fazer algo diferente”, comenta Otávio Augusto Belinello Biato, 15 anos. Ele, com mais três alunos, fez fanzine sobre os desenhos e filmes produzidos pela Walt Disney Pictures. “Foi grande desafio, porque, apesar de todos gostarmos do tema, tivemos que fazer extensa pesquisa, descobrimos curiosidades e tivemos que escrever algo que o leitor se sentisse estimulado em continuar a ler. Além disso, não conhecia nem sabia o que era uma fanzine. Saímos do padrão e foi uma boa experiência.” A fanzine é exatamente isso: falar sobre algo que se gosta, enquanto que a pessoa que escreve deixa entre as páginas sua ‘assinatura’.

Lucas Rafi da Silva Rodrigues, 15 anos, escolheu com seu grupo uma paixão para colocar nas páginas da fanzine: livros. “Amo Literatura. Dentre as obras que mencionamos não poderíamos deixar de lado as obras de Harry Potter. Colocamos as capas dos livros, curiosidades, recomendações ao leitor.” Para Lucas, o exercício de escrever ajuda bastante na questão da redação, mas com ressalvas. “Você precisa trazer dados e informações novas ao mesmo tempo em que escreve junto com outras pessoas do grupo. A redação é algo mais individual. Agora, quando o grupo faz trabalho junto é mais difícil chegar no texto que todos gostem e aprovem”, conta o aluno, que, apesar de aprovar a experiência, admite que Língua Portuguesa não é sua matéria preferida. “Gosto de matemática”.

Dentre os temas da sala, Emily Alves Menezes, 16 anos, junto à sua dupla, escolheu falar sobre tema bastante atual e mencionado nas redes sociais: padrões de beleza. “Ao mesmo tempo que é fácil falar de algo bastante discutido, é difícil trazer alguma informação nova. Adorei fazer e o resultado ficou muito bom. Vimos o quanto é complexo fazer uma publicação, em quantas coisas é preciso pensar. Optamos por colocar bastante imagens e fazer texto bastante dinâmico. Foi a oportunidade de treinar a escrita, se atentar às pontuações.”

Em 40 dias, os alunos discutiram sobre autores de fanzines; como todo o contexto de produção é elaborado; exploraram os assuntos pelos quais são fãs; discutiram sobre a estética da página, ilustrações e textos; além de passarem por avaliação e apresentação em sala. “Isso nos trouxe conhecimento. Escrever
a fanzine me despertou o desejo de trabalhar com a escrita. Penso em fazer Jornalismo. Achei muito interessante buscar as informações e reproduzir da minha forma”, detalha Maria Eduarda dos Santos Amorim, 15 anos, que optou por escrever sobre música com o grupo. “Percebemos com essa atividade quê no caso das bandas, de quem faz som, às vezes, é muito mais difícil dar o nome à canção do que, de fato, escrevê-la. Com qualquer publicação também é assim. O título precisa ser tão bom quanto a matéria, de modo que a pessoa ‘bata os olhos’ no título e sinta vontade de ler. Tentamos fazer isso no nosso exemplar.” 




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