Metalúrgicos representados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) rejeitaram proposta patronal que previa apenas a reposição salarial pela inflação e aprovaram aviso de greve. A data base de 162 mil profissionais no Estado de São Paulo, sendo cerca de 50 mil em São Bernardo e Diadema, é em setembro, mas até o momento foi ofertada apenas a correção pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que acumulou 3,64% até agosto. A categoria, porém, pede aumento real (acima da inflação) e manutenção das cláusulas sociais das convenções coletivas, o que não estava incluído.

A bancada patronal quer rever quase metade das cláusulas, como extensão da licença-maternidade para seis meses, garantia de pagamento até o dia 5 e complemento salarial por 120 dias a quem se afastar pelo INSS por mais de 15 dias. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, esse comportamento reflete ambiente criado após aprovação da reforma trabalhista. “Eles querem retirar das convenções coletivas direitos assegurados há anos, depois de muita luta.”

Nesta negociação não entram montadoras, que empregam cerca de 22 mil profissionais em São Bernardo, uma vez que elas negociam diretamente com o sindicato. A Volkswagen renovou no mês passado acordo até 2021, a Ford aprovou em abril acordo até 2019, assim como Mercedes-Benz e Scania fizeram em maio. Ford e Volks também garantiram estabilidade.