Prefeito esquece obra abandonada e mira na Arena Multiuso;
contudo, não há prazo para finalizar a demolição da marquise
A Prefeitura de Santo André não conseguiu cumprir nem o básico na primeira etapa das obras no Estádio Bruno Daniel e já vislumbra a segunda fase da reforma. Depois de meses em silêncio, o prefeito Aidan Ravin (PTB) resolveu falar sobre o assunto ontem, durante reunião do Consórcio Intermunicipal, e fez outras promessas para transformar o local em Arena Multiuso. O político, porém, não deu prazos para finalizar a obra de demolição da marquise que deveria ter sido concluída em julho e até agora não acabou.
"Temos projeto maior para fazer uma Arena Multiuso, com hotéis e shopping. Só que isso demanda muito dinheiro.Nos próximos dez dias devo apresentar o projeto", prometeu ele, deixando claro que a realização da obra depende de investimento da iniciativa privada. "Vamos fazer o lançamento, se não vier verba, faremos obra pequena", completou Aidan Ravin.
O prefeito se mostrou decepcionado com a repercussão negativa da obra e com a necessidade de precisar mudar os planos. "O caminho melhor seria aproveitar o estádio usando a arquibancada, mas todo mundo vem denunciando, falando que tem pedra do outro lado (proveniente da demolição da marquise) e pode usar para machucar. Então, obrigatoriamente tivemos de interditar o estádio. Não é nem má vontade ou não querer", comentou Aidan, referindo-se à interdição feita pelo Ministério Público.
O grande problema que o Bruno Daniel enfrenta atualmente é o descaso. O entulho que restou da demolição da marquise não foi totalmente retirado e não há nem sinal de trabalhadores no local, que parece abandonado. As máquinas da empresa contratada pela Prefeitura para fazer o serviço sumiram e ninguém estabelece prazos para finalizar essa etapa, que deveria ter sido entregue em julho.
O motivo está nas palavras do prefeito, que deixa bem claro que o Bruno Daniel não está entre as prioridades do governo. "Não posso investir R$ 50 milhões no estádio sendo que temos muita coisa para fazer na cidade", finalizou Aidan.
Enquanto isso, o Santo André é quem deve sofrer as consequências. O time, que se prepara para disputar a Série A-2 do Paulista, agora terá de se preocupar também onde mandará suas partidas, no caso de o Bruno Daniel continuar interditado. Mesmo se conseguir a liberação, pelo visto, não serão instaladas outras torres de iluminação. Com isso, os jogos do Ramalhão no local só podem acontecer no período da tarde, dificultando a presença do torcedor (colaborou Fábio Martins)
Mesmo fora do regulamento, estádio pode ser usado na A-2
No que depender da Federação Paulista de Futebol o torcedor do Santo André pode respirar aliviado. Apesar de o regulamento da entidade prever que só podem disputar o Campeonato Paulista da Série A-2 os clubes que tiverem estádio com capacidade para 15 mil torcedores, o Ramalhão está autorizado a utilizar o Bruno Daniel de forma parcial, ou seja, apenas com o setor de arquibancada, que colocaria apenas 8.000 lugares à disposição.
A entidade esclareceu a situação. "A Federação Paulista está ciente de que o estádio passa por obras. O local tem capacidade para 15 mil lugares, que é a capacidade mínima exigida para disputar a A-2, mas o Santo André está autorizado a utilizar seu estádio com 8.000 lugares", informou por meio de nota.
Para a liberação total do estádio, a Prefeitura precisa executar não só a limpeza do entulho, como também construir banheiros, lanchonetes, recolocar as cadeiras, além de reconstruir os degraus que foram quebrados com a demolição da marquise.
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