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Memória
Feriado coincide com festa litúrgica da padroeira
Gesiel Júnior
Especial para o Diário
20/09/2018 | 07:29
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Avaré, de fato, não foi fundada em 15 de setembro de 1861. Entretanto, essa data – de maneira simbólica – está definida legalmente como o dia da fundação, mas mais para firmar a tradição religiosa e, sobretudo, para indicar a origem histórica do povoado que se formou sob a égide da fé católica.

“Foi teu marco uma humilde capela.” A propósito, esse verso poético do Hino de Avaré, pensado por Djalma Noronha, faz alusão à religiosidade dos fundadores, os quais ergueram pequena igreja votiva em louvor a Nossa Senhora das Dores, típico orago de mineiros. O prefeito Paulo Araújo Novaes sancionou a lei número 52, que oficializou “por tradição histórica e religiosa” o dia 15 de setembro de 1861 como a data oficial do município por ser o da festa de sua padroeira, Nossa Senhora das Dores.

No começo do século 19, o Vale do Paranapanema, ainda uma inóspita região, passou a ser visto como um dos caminhos em direção ao Paraguai, ficando conhecido como estrada do Peabiru, principal rota Leste-Oeste na penetração do continente.

O caminho do Peabiru, aliás, serviu de estímulo para se adentrar na região, a fim de se estabelecerem núcleos de povoamento. O ponto de partida das bandeiras era quase sempre Sorocaba, a mais avançada das cidades, base para impulso às penetrações e às minas do Mato Grosso.

Conhecida como ‘boca do sertão’, a região de Avaré atraiu aventureiros, viajantes e caçadores de índios, os quais paulatinamente vasculharam as terras habitadas por índios das tribos dos Caiuás e dos Botucudos.

Há diversos conflitos com os nativos, e a ambição por minerais de valor não se confirma. A maior riqueza é a fertilidade da terra, garantida pela irrigação do Vale do Paranapanema.

Nessa época, posseiros liderados por José Theodoro de Souza e Tito Corrêa de Mello abrem o mato com os seus facões e pisam no solo do que seria a futura Avaré. Conquistam as terras exterminando os índios e buscam atrair moradores para essas terras férteis.

Foi Tito, provavelmente, quem chamou parentes para tomar posse dessas paragens. Entre eles, o major Vitoriano de Souza Rocha e o alferes José Domiciano de Santana. Atraídos pela perspectiva de obter amplas colheitas com terras produtivas e água em abundância, ambos vieram com suas tropas para escrever os primeiros capítulos da história avareense.

* Pesquisador e cronista, integrante da Academia Botucatuense de Letras, autor de 33 livros sobre a história de Avaré e região. 




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