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Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024

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Dólar chega a custar R$ 4,35 nas casas de câmbio da região

Moeda sofre efeito das pesquisas eleitorais, que apontam Lula e Bolsonaro como favoritos

Flavia Kurotori
especial para o Diário
23/08/2018 | 07:11
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Claudinei Plaza/DGABC


As casas de câmbio do Grande ABC estão comercializando o dólar na modalidade turismo – aquela direcionada às pessoas físicas – por até R$ 4,35, custando em média, R$ 4,28. Para se ter ideia, há 15 dias, o valor da moeda norte-americana nos estabelecimentos era de, aproximadamente, R$ 3,90 – 8,87% menor. Vale lembrar que o valor considera o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que é de 1,11%. Para especialistas, o cenário eleitoral impacta na valorização.

O encarecimento é reflexo das altas consecutivas da moeda, que atingiu R$ 4,04 na terça-feira, sendo maior cotação para o dólar comercial desde fevereiro de 2016. Ontem, encerrou o dia a R$ 4,06, com incremento de 0,49%, sendo a sexta alta seguida.

“Em época de eleições, o mercado sempre fica mais volátil por conta da incerteza das diretrizes econômicas do próximo governo”, afirma Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

“Neste ano, em um cenário sem o Lula (PT, condenado em segunda instância e preso em Curitiba desde maio), as pesquisas apontam que o Jair Bolsonaro (PSL) será eleito. Porém, o mercado não acredita que ele terá força política para aprovar medidas importantes, como a reforma da Previdência”, pontua o especialista.

“O mercado tem pouca restrição ao Lula porque a economia teve um bom momento durante seu governo. O que causa insegurança é a questão da sua candidatura e vácuo deixado caso ele não possa concorrer”, observa Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.

No âmbito externo, a postura protecionista dos Estados Unidos, preocupa países como Brasil, China e Turquia em relação ao comércio exterior e faz com que o real desvalorize. “Os Estados Unidos sobretaxaram o aço turco, o que gera tensão nos países emergentes, dado que o mercado acredita que estas nações podem ser ‘contagiadas’ pela mesma crise”, exemplifica Balistiero.

PROJEÇÃO
Nas casas de câmbio da região, funcionários acreditam que a cotação da moeda irá permanecer em crescimento, podendo chegar a R$ 5 até a próxima semana. Entretanto, os economistas ponderam que não é possível prever valores, ainda que a tendência seja de alta. “Já mudamos de patamar. Dificilmente (o dólar) irá voltar à casa dos R$ 3,20. Mesmo que recue, (a cotação) não deverá ser menor do que R$ 3,50”, explica Balistiero.

“Hoje, o Banco Central não tem motivos para intervir e baixar o dólar, uma vez que o País tem reservas e o comércio exterior vai bem”, assinala Agostini. Deste modo, a divisão deve permanecer valorizada até a definição das eleições em outubro. Para quem precisa comprar a moeda, a orientação é que seja adquirida até 60% da quantia total necessária. “Assim, se a cotação subir, a pessoa não perde tanto”, sugere Agostini. 




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