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‘Quem votou em mim votou no Bruno Covas’
Raphael Rocha
19/08/2018 | 07:41
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Denis Maciel


Candidato do PSDB ao governo de São Paulo, o ex-prefeito da Capital João Doria sabe que precisará explicar ao eleitor paulistano os motivos que fizeram ele renunciar ao cargo 15 meses após tomar posse na prefeitura para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. O tucano, entretanto, garante que há redução do volume de rejeição, até por conta do trabalho que seu vice, o hoje prefeito Bruno Covas (PSDB), executa na administração de São Paulo.

“Respeito aqueles que ficaram aborrecidos, eu tenho de compreender, já que votaram em mim, depositaram confiança. Mas votaram em mim e no Bruno Covas (PSDB). São sempre dois”, afirmou Doria, em entrevista exclusiva ao Diário. “Bruno comanda a aeronave chamada São Paulo muitíssimo bem, com competência, honestidade, decência, mesmo time, inovação, transformação. A cidade não ficou sem comando, mas com novo comando dentro do mesmo espírito que tínhamos anteriormente.”

Doria assegura que, em pouco menos de um ano e meio à frente da prefeitura, foi possível deixar sua marca – “a ponto de projetar nossa gestão nacionalmente” – e promete implementar ações do governo paulistano no Estado caso seja eleito governador paulista em outubro. “O Corujão da Saúde, por exemplo, vou levar aos outros 644 municípios do Estado.”

O candidato do PSDB reconhece que esta será uma eleição dura – até pela divisão gerada no grupo governista antes capitaneado por Geraldo Alckmin (PSDB) –, mas ele afirma que o apoio do ex-governador, hoje candidato a presidente da República, será fundamental. Tanto que alfineta o atual governador, Márcio França (PSB), que já disse que Alckmin votará nele, e não em Doria, no pleito. “Viver de ilusão faz parte. O legado do Geraldo Alckmin é do PSDB. Ele é tucano. Não é socialista. Não é PSB.”

O que levou o sr. a se candidato ao governo de São Paulo?
Para levar as boas políticas públicas que fizemos na prefeitura. Em 15 meses, fizemos mais do que o PT em quatro anos. Porque trabalhamos mais, fomos mais inovadores, transformadores. Inovamos na Educação, fizemos muito na Saúde, na atividade empreendedora, na desestatização, na Segurança Pública, em serviços de manutenção e embelezamento da cidade. Proporcionou resultado muito bom e boa projeção de nossa gestão. Tanto que bons programas de São Paulo foram exportados para outras cidades brasileiras. Corujão da Saúde, por exemplo, é realizado no Rio de Janeiro, em Teresina e mais 18 cidades do Brasil afora, é modelo de sucesso. Ele será levado para os outros 644 municípios.

A renúncia da prefeitura da Capital fez aumentar o índice de rejeição à sua imagem. Como combater esse fator negativo?
Isso (atenuar a rejeição) já está acontecendo, gradualmente. Respeito aqueles que ficaram aborrecidos, eu tenho de compreender, já que votaram em mim, depositaram confiança. Mas votaram em mim e no Bruno Covas (PSDB). São sempre dois. Prefeito e vice recebem a mesma votação, os votos que recebi são os que o Bruno Covas recebeu. Bruno comanda a aeronave chamada São Paulo muitíssimo bem, com competência, honestidade, decência, mesmo time, inovação, transformação. A cidade não ficou sem comando, mas com novo comando dentro do mesmo espírito que tínhamos anteriormente. Com inovação, capacidade criativa, eficiência na área econômica, na área social, na gestão da cidade. Tudo isso as pessoas percebem com maior clareza agora. Fizemos gestão de 15 meses melhor que a do PT, do Fernando Haddad (ex-prefeito), em quatro anos.
 

Sua candidatura causou cisão no grupo do ex-governador Geraldo Alckmin. Esse fator transforma essa eleição mais difícil, lembrando que o PSDB vem de vitórias consecutivas no primeiro turno?
Toda eleição é difícil. É preciso ter humildade para reconhecer que não há eleição fácil. Eu mesmo ganhei uma eleição em São Paulo no primeiro turno saindo de 2% (de intenções de voto). Provavelmente algum adversário menosprezou minha capacidade de fazer campanha e eventualmente incomodar, em 45 dias viramos a eleição. Não desprezo nenhum candidato. Respeito todos. E farei participação em debates, sabatina, falando de propostas, de programas. Não vou perder meu tempo fazendo acusações ou tentando desqualificar ou desconstruir imagem de candidato. O atual governador (Márcio França, ex-vice de Alckmin) é do PSB, do Partido Socialista Brasileiro, partido de esquerda. Não sou de esquerda, graças a Deus, quero distância dos partidos de esquerda. Sou liberal, de centro, com visão moderna e eficiente. Por isso vim para política, para buscar caminho diferenciado. E tenho no Geraldo Alckmin um espelho, uma referência.

Márcio França tem dito que manterá o legado de Alckmin. Inclusive, ao Diário, falou que o ex-governador vai votar nele ao Estado. Quem poderá sustentar o legado do governo?
Viver de ilusão faz parte. O legado do Geraldo Alckmin é do PSDB. Ele é tucano. Não é socialista. Não é PSB. O atual governador comete engano. Aliás, não lê entrevistas, não assiste a programas de televisão, não ouve rádios. Geraldo Alckmin já falou várias e várias vezes em alto e bom som que tem um candidato, que sou eu. Repetiu várias vezes. Ele (França) quer viver na ilusão. Assim como alguém que tem 4% de intenções de voto vive numa realidade fictícia diante de outros candidatos com posição melhor. Mesmo assim respeito, não desmereço ninguém, continuaremos fazer campanha, ao lado de Geraldo Alckmin. Quero deixar claro que não sou socialista, não sou comunista, não sou petista, não sou esquerdista, não compactuo com vigaristas. Meu campo é outro.

Por enquanto, as pesquisas mostram que Paulo Skaf (MDB) rivaliza com o senhor. Acredita que essa tendência se manterá?
Respeito todos os adversários, não desmereço ninguém. Nem quem tem índice elevado, nem quem tem 4%, 2% ou 1% (de intenções de voto). Vou tratá-los sempre com respeito e dignidade. Não é fácil fazer campanha, sei que estão se esforçando, vai tempo, há estresse, dedicação, investimento, custa fazer. Reconheço isso. Sei o que representa como empenho pessoal. Vamos conquistar o eleitor falando a verdade. Sou liberal, portanto, quero desestatizar, desburocratizar. Fizemos na Capital.

O sr. já fez diagnóstico de qual Estado de São Paulo vai comandar caso seja eleito?
Não vou comentar a curta gestão do atual governador, mas a brilhante e longa gestão de Geraldo Alckmin. Corretíssima, decente, desenvolvimentista. Gestão pública muito boa. Melhores índices de Educação do País, em todas as categorias. Pode melhorar? Claro. Melhorando condições para professores e integrando a tecnologia em sala de aula. Segurança Pública também conta com melhores índices do País, de longe. Pode melhorar? Pode. E vai melhorar. Vamos ampliar os programas de Segurança. Vamos ter um Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) no Grande ABC, o batalhão da Polícia Militar. É batalhão padrão Rota. Bandido sabe o que é o padrão Rota. Bandido não brinca com policial da Rota, não tem moleza, não tem corrupção. Se for para o enfrentamento, vai preso. Se for para o enfrentamento de outra ordem, o risco é o do bandido.

Desemprego ainda aflige o paulista. Como o Estado pode auxiliar na recontratação?
Estado pode e deve ajudar. Geração de emprego é fundamental. É o maior problema do País. Temos 13,2 milhões de desempregados. É herança do Lula, da Dilma (Rousseff), do PT, para os brasileiros. Mais sete milhões de subempregados. Em São Paulo são cinco milhões de desempregados e dois milhões de subempregados. Estão em total sofrimento. Precisamos ter o olhar para desenvolver o emprego para essas pessoas. Como fazer? Desestatização. Você coloca dinheiro privado e tem geração de renda. Desestatização de transporte público. Há muitas rodovias que não foram concessionadas. As estradas vicinais também, que têm amplo movimento, que justificam projetos de PPP. Ferroanel. Programa de hidrovia Tietê-Paraná. Vamos privatizar todos os aeroportos regionais. Não haverá mais nenhum aeroporto administrado por prefeituras e pelo Estado. 




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