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Derrocada de Atila enterra candidatura de Admir

Com filho ainda afastado do Paço de Mauá, parlamentar decide retirar projeto a deputado

Junior Carvalho
04/08/2018 | 07:28
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Marina Brandão/DAGBC


O presidente da Câmara de Mauá, Admir Jacomussi (PRP), decidiu ontem que não estará nas urnas em outubro, como planejava o grupo do prefeito eleito Atila Jacomussi (PSB), filho do parlamentar. A decisão se deu, sobretudo, porque o socialista segue fora do poder e, às vésperas das convenções do partido, ainda não havia conseguido retornar à cadeira.

O recuo de Admir – que era pré-candidato a deputado estadual – já vinha se desenhando desde a derrocada do filho na política local. Atila foi preso em flagrante pela PF (Polícia Federal) em 9 de maio no âmbito da Operação Prato Feito, deflagrada para desmontar esquema de desvios de verbas em contratos da merenda e material escolares. Na casa do socialista, os policiais encontraram R$ 87 mil em dinheiro vivo, guardados em panelas na cozinha. Ele nega que o montante seja ilícito.

Embora Atila tenha sido solto 36 dias depois da detenção por força de habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), não conseguiu retornar ao comando do Paço de Mauá. Responsável por converter a prisão de Atila em preventiva, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região proibiu o socialista de sequer pisar nas dependências da Prefeitura.

Desde então, a defesa de Atila vinha tentando reverter esse revés jurídico. Com o passar do tempo, porém, a prefeita interina Alaíde Damo (MDB) reduziu significativamente a presença e a influência do grupo de Atila do Paço mauaense, o que enfraqueceu negociações em torno da candidatura do pai do prefeito eleito. Ainda assim, o parlamentar sustentava que concorreria à cadeira na Assembleia Legislativa.

No mês passado, Admir admitiu ao Diário que a “tendência” era a de que não disputaria o pleito deste ano. Ocorre que internamente o grupo de Atila e do pai do socialista ainda acreditava ser possível o retorno do prefeito eleito a tempo de salvar a candidatura do parlamentar. Chegou-se a estudar, inclusive, que Admir saísse candidato para defender das acusações o nome do filho – e consequentemente da família Jacomussi – nas ruas.
Ao Diário, dirigentes do PRP afirmaram ontem que ainda contavam com a candidatura de Admir, mas que aguardavam a decisão pessoal do parlamentar.

PROJETO

A candidatura de Admir começou a ser projetada pelo núcleo duro do governo Atila desde o começo do mandato, em 2017. O primeiro passo de Atila foi amarrar a vitória do pai na disputa pela presidência da Câmara (biênio 2017-2018).

À frente da Prefeitura, Atila passou a dar mais visibilidade a Admir, tanto nas redes sociais quanto nos eventos oficiais do governo. Também trabalhou para minar qualquer projeto eleitoral de aliados que pudesse atrapalhar os planos de lançar a candidatura do pai com apoio unânime da base aliada.

Admir deve anunciar nas próximas semanas quem deve apoiar no pleito estadual. 




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