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Construção desacelera, mas cria vagas

Houve abertura de 85 postos de trabalho, porém, saldo de 2018 ainda amarga fechamento de 517 posições

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
13/07/2018 | 07:30
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Nario Barbosa/DGABC


Apesar de reduzir o ritmo de contratações, a construção civil no Grande ABC manteve o saldo de vagas (diferença entre número de admissões e demissões) positivo em maio. No quinto mês do ano, foram criados 85 postos de trabalho, porém, no acumulado do ano ainda há saldo negativo de 517 vagas. O que puxou o desempenho do segmento em maio foi, principalmente, a retomada de obras públicas de infraestrutura em São Bernardo, que registrou 175 contratações no período.

Os dados foram divulgados ontem pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). Embora tímido, o desempenho é superior ao registrado em maio do ano passado, quando houve a contratação de 67 profissionais. No entanto, ao comparar com março e abril de 2018, quando houve a abertura de 508 e 443 vagas, respectivamente, houve desaceleração. O estoque do setor na região hoje é de 39.242 empregados nas sete cidades.

Além de São Bernardo, responsável pelo maior número de admissões, Mauá (56), São Caetano (21) e Rio Grande da Serra (22) também reforçaram seu efetivo. Em contrapartida, houve o fechamento de 171 postos em Santo André, 32 em Diadema, e seis em Ribeirão Pires.

Segundo o presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário) de São Bernardo e Diadema, Admilson Lúcio da Silva, as obras públicas foram responsáveis pelas contratações. “As obras particulares continuam estáveis, não contratam nem demitem. Estão praticamente paradas. O que realmente impulsionou o crescimento do setor foi a retomadas de obras públicas em São Bernardo.”

Contribuiu para estimular a contratação pelo segmento na cidade a retomada do Piscinão do Paço Municipal, que conta com 270 trabalhadores em ação. Além disso, na área da Mobilidade Urbana, a Prefeitura retomou as obras para a construção de viaduto sobre a Praça dos Bombeiros, que conectará as avenidas Rotary e Luiz Pequini e deve ser concluído até o primeiro semestre do ano que vem. São aproximadamente 6.000 funcionários da construção civil atuando nas obras da administração municipal na cidade.

Além disso, intervenções realizadas no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) pela Ecovias, concessionária administradora, também ajudaram a aquecer o mercado.

Para a diretora regional do SindusCon-SP em Santo André, Rosana Carnevalli, a análise do resultado nas sete cidades exige cautela. “É importante que haja mais um mês de alta na região para gerar impacto na confiança do empresário. Porém, também dependemos de previsibilidade econômica e, por ora, temos muita oscilação no cenário econômico nacional”, destacou.

Para Silva, a retomada definitiva no setor deve acontecer somente após as eleições presidenciais, realizadas em outubro. Segundo ele, a confiança do investidor está abalada, o que impacta diretamente no lançamento de obras. “Ainda temos incerteza muito grande. Falta estabilidade, já que não se sabe qual vai ser o próximo governante, o que impede que os empresários invistam por não saberem se terão retorno. Além disso, há estoque grande de lançamentos. Anteriormente à crise econômica, as empresas construíram muitos apartamentos que não foram vendidos durante o período.” 




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