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Open banking
Open banking: Como funciona o serviço que une vários bancos em uma plataforma online

É possível utilizar app customizado para fazer a gestão de conta corrente e investimentos em tela única

Bianca Bellucci
Do 33Giga
26/06/2018 | 09:18
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Open banking é um termo que está sendo muito usado no setor financeiro e está ganhando os holofotes. Ele corresponde à tecnologia que permite uma gestão financeira mais personalizada que o internet banking tradicional. O usuário pode agregar os dados de vários bancos em uma única plataforma.

Na prática, é o que ocorre na hora de comprar uma linha de telefone celular. Você pode escolher livremente o aparelho que utilizará para acessar os serviços contratados de uma operadora. Ou até mesmo quando você escolhe um provedor de e-mail e usa as credenciais para se conectar a um aplicativo.

O open banking nasceu com a ideia de tornar os serviços de conta corrente e internet banking em duas escolhas distintas e independentes.

Para entender melhor como funciona o open banking e o panorama atual, o 33Giga conversou com Ricardo Taveira, CEO da Quanto, uma plataforma nacional que conecta bancos e fintechs aos seus usuários de forma ágil.

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open-banking
Ricardo Taveira, CEO da Quanto

33Giga: Como funciona o open banking na prática?
Ricardo Taveira: É como se o usuário tivesse a sua disposição um internet banking multibanco. Por exemplo, ele consegue conectar sua conta corrente do banco A e seu portfólio de investimentos da corretora B à uma plataforma neutra. Sendo assim, é possível utilizar um aplicativo customizado para fazer a gestão de conta corrente e investimentos em uma única tela.

33Giga: Qualquer banco pode ser adicionado nestas plataformas ou é necessário ter uma permissão para acessar os dados?
RT: Hoje, o open banking existe em três grandes níveis de acesso. O primeiro, de leitura de dados como saldo e extrato, já é possível em quase todos os bancos e depende somente da autorização do cliente. Já os outros níveis, de movimentação e contratação e abertura de conta, dependem da cooperação dos bancos.

Mas várias empresas já lançaram ou estão em processo de lançar estes níveis avançados, o que permitirá uma experiência muito intuitiva para qualquer pessoa que já fez uso, por exemplo, de login em um site utilizando suas credenciais de uma rede social. Isso porque o processo de conexão de contas no open banking será muito parecido.

33Giga: Além da facilidade de acesso, que outras vantagens o open banking trará para os usuários quando tiver todos os seus níveis em jogo?
RT: A palavra-chave é escolha. O cliente poderá optar pelo melhor serviço de cada banco e acessá-los por meio do aplicativo que preferir. Isso não só trará uma redução dramática das tarifas bancárias e uma experiência de usuário feita sob medida, mas também provocará que bancos e fintechs elevem o seu nível de atendimento para poder concorrer nessa nova realidade. Afinal, trocar de banco será tão fácil como trocar de chip de celular, fazendo com que o setor realmente tenha que trabalhar para conquistar e reter clientes.

33Giga: Mas, hoje, os clientes finais não optam tanto o open banking por conta de suas funções limitadas. Então, quem de fato utiliza a tecnologia?
RT: Atualmente o serviço é utilizado mais por empresas devido ao nível de tecnologia necessário para efetuar a conexão bancária. À medida que novos aplicativos apareçam, será possível que qualquer pessoa física aproveite a mesma eficiência e poder de escolha que as empresas já desfrutam.

33Giga: E qual o panorama do open banking hoje no Brasil?
RT: O tema que era quase desconhecido em 2017 se tornou um dos maiores entre bancos e fintechs com a entrada do PSD2 em janeiro deste ano. Hoje, praticamente todos os players do mercado com quem conversamos já estão trabalhando na construção de APIs e definindo sua estratégia para essa nova realidade. Alguns ainda o fazem a contragosto, o que é natural dada a velocidade da mudança e a necessidade de repensar estratégias e modelos.

O maior desafio ainda será explicar essas rápidas mudanças para o usuário final. Sem contar que, com o poder da escolha e flexibilidade de acesso, também chegam os desafios de privacidade de dados e segurança de operação.

33Giga: Como você vê o futuro do open banking no Brasil e no mundo?
RT: Acreditamos que o open banking poderá transformar o setor financeiro. A tecnologia mostra como uma simples mudança de como acessamos os mesmos serviços prestados há décadas podem trazer grandes impactos em tarifas, qualidade de serviço e competitividade.

No final, enxergamos o resultado do open banking não muito diferente de como enxergamos a abertura de uma economia para exportações e importações: produtos excelentes ganharão novos mercados com acesso a novos clientes, e empresas que não investem em seus produtos não resistirão à pressão da entrada de novos concorrentes. E, no meio disso tudo, é o usuário que ganha com tarifas menores e serviços melhores.

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