Análise da qualidade do manancial teve início ontem; trabalho terá duração de sete semanas
Começou ontem a quarta edição da Expedição Billings, que tem como objetivo analisar a qualidade da água do reservatório – um dos principais mananciais da Região Metropolitana de São Paulo. A equipe do Diário acompanhou o primeiro dia de coletas, onde cinco amostras da área de São Bernardo foram separadas. Dentre elas, a principal reuniu 20 litros de material do fundo do manancial, em área de aproximadamente 4,5 metros de profundidade.
A novidade deste ano será a coleta de água do fundo da represa para que o quadro analisado seja mais preciso. Daqui sete semanas será entregue relatório às prefeituras e pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC para que sejam conhecidos os problemas do manancial, que completou 93 anos no mês passado, e tomadas providências. A iniciativa da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) é realizada por meio do projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos) em parceria com a ProMinent.
A expectativa da equipe é a de que neste ano a qualidade da água esteja melhor. “Temos feito essa pesquisa para que os municípios tomem medidas que possam preservar e melhorar a qualidade da água que recebem. No entanto, a comunidade precisa se apropriar e cuidar também desse espaço”, explica a bióloga, especialista em recursos hídricos e coordenadora do projeto, Marta Ângela Marcondes.
Serão coletadas amostras do fundo da represa em 30 pontos específicos. “A ideia é que no próximo ano façamos (coleta de fundo) em todos os pontos”, observa Marta.
Durante sete semanas, o ecoesportista Dan Robson navegará trecho de 462 quilômetros nas margens do reservatório e coletará amostras de água em 164 pontos, distribuídos entre São Bernardo (104), Capital (37), Santo André (dez), Diadema (oito), Ribeirão Pires (dois) e Rio Grande da Serra (três). “O primeiro resultado, aparentemente, é o de que a água esteja de regular para boa. O Ph e oxigênio estão estáveis. Mas isso não quer dizer nada ainda, até porque, estamos na primeira coleta e de uma área considerada limpa (em São Bernardo). O maior problema está no outro braço do reservatório, perto de Santo André”, destaca o ecoesportista.
ANOS ANTERIORES
Marta lembra que os relatórios dos três primeiros anos de expedição não apresentaram resultados positivos. “A cada ano que passou percebemos a piora do reservatório, tanto na qualidade da água quanto com questões ambientais.” Para ela, falta atitude do poder público, de empresas que cercam o manancial, e da própria população para a proteção da Represa Billings.
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