Deixando de lado a segurança pública, tema que dominou seus últimos discursos, ele citou a melhora nos indicadores econômicos, como a geração de empregos e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Ainda assim, reconheceu que o brasileiro continua pessimista. "Precisamos restabelecer o otimismo em nosso país", disse, ao lado do ministro da Justiça, Torquato Jardim, que o acompanhava.
Temer lembrou que ainda "há muita gente pobre" no Brasil e voltou a dizer que não vai acabar com o programa Bolsa Família, criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não queremos destruir o que o governo anterior fez. Foi o que eu fiz com o Bolsa Família. Eu mantive e, além de mantê-lo, aumentamos em 12,5%, e agora mandei fazer um estudo para ver se faço um novo aumento. Mas a gente não pode ficar a vida toda com 13 ou 14 milhões de pessoas no Bolsa Família".
Segundo ele, o ideal é que daqui a 10 ou 20 anos o Bolsa Família não seja mais necessário. "Foi por isso que lançamos o programa Progredir, para empregar os filhos daqueles que recebem o Bolsa Família. O programa visa à inclusão social."
Crítica
Durante a entrega de 9 mil títulos de regularização fundiária a municípios paulistas, em Caraguatatuba, litoral norte do Estado, Temer aproveitou para criticar o programa fundiário de seus antecessores.
"Quando nós assumimos o governo há quase dois anos, encontramos a situação fundiária, lamento dizê-lo, caótica. Mais de 50% dos cadastrados estavam irregulares. Demorava tanto para ser entregue que as pessoas faleciam sem receber o título. Com o apoio do Congresso, modernizamos a legislação fundiária e simplificamos a vida das pessoas. Estamos fazendo disso uma das marcas do nosso governo, trazendo a administração pública para o século 21".
Segundo ele, seu governo vai emitir até o fim do ano cerca 100 mil títulos em todo o País. "Em 2017, nosso governo emitiu mais títulos definitivos que em dez anos dos governos anteriores somados. São quase 100 mil famílias que estão recebendo a titulação definitiva. É mais que a entrega de um papel, um documento oficial, ele revela a dignidade da pessoa humana. Estamos dando segurança jurídica a uma coisa essencial, que é nosso endereço, a nossa casa. Estamos permitindo que o pequeno agricultor tenha acesso ao crédito rural e assistência técnica. É a cidadania mais plena".
Temer afirmou que, até concluir o curso superior, não tinha imóvel próprio. "Quando terminei a faculdade, meu primeiro sonho era ter um imóvel meu. Eu não tinha uma casa própria. Foram dez anos de exercício de advocacia para ter o primeiro imóvel, e foi uma alegria, porque ter um era sinal de progresso e evolução".
O presidente enfrentou protestos na entrada e na saída do Teatro Municipal, local da cerimônia. Militantes do PSOL e de sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), estenderam faixas, cartazes de Marielle e gritaram "fora, Temer", mas foram contidos pela Polícia Militar.
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