Há pouco tempo, Jordana Gleise de Jesus Menezes, 20 anos, vendia picolé para ganhar um troco. Nascida e criada em Bangu, periferia do Rio de Janeiro, a moça também já foi telefonista, faxineira, camelô, cuidadora de idosos, babá em playground de shopping e costumava participar do coral da igreja. Hoje, a moradora da Lapa e contratada da Universal Music Brasil ganhou nova rotina: shows, entrevistas, fotos e fãs, muitos.

É a Jojo Maronttinni ‘Todynho’, que canta o hit Que Tiro Foi Esse?, cujo clipe já passou das 92 milhões de visualizações e a ‘coreografia’ se transformou em um viral poderoso na internet. Apesar de sonhar com tudo o que está acontecendo, a funkeira disse ao Diário que está em “estado de choque”, além de “muito feliz e agradecida” com a repercussão, claro. A letra, segundo ela, é hino para elevar a autoestima das pessoas, especialmente de suas ‘gaymigas’. “Apoio a diversidade. Temos de ser o que realmente queremos ser. Ninguém é obrigado a amar ninguém, não, mas tem de respeitar, sim.”

Autoestima é um assunto que Jojo – “visto sutiã número 50” – conhece e se identifica muito desde sempre. “Autoestima é tudo. Meu recado é: ‘Se amem, porque se não fizermos isso por nós ninguém vai fazer’”, sentencia a funkeira, que apareceu no show bussiness por causa de canal do YouTube em que dava opinião sobre variados assuntos.

Ela só entrou no mercado musical no meio de 2017 com a música Sentada Diferente e, logo depois, fez participação na novela global A Força do Querer. Porém, foi só após surgir no clipe de Vai, Malandra, da Anitta, e do lançamento do seu famoso ‘tiro’ que Jojo realmente apareceu.

Sobre a fama ser passageira ou sobre o título de detentora de um único hit, a carioca encara numa boa e não tem medo de ser esquecida. “Para mim, a fama só vale se as contas estão em dia.” Jojo adianta que ela e o DJ Batata, seu empresário, devem lançar outra música em breve. “O quanto antes, melhor!”, torce.

A cantora está se preparando para curtir o Carnaval. Ela estará no Bloco das Poderosas, da Anitta, e também foi convidada para desfilar na escola de samba Beija-Flor, como destaque em carro que retrata a intolerância e o preconceito. “Vão ser dias de muito trabalho, mas vou dar um jeito de me divertir também. Afinal, eu mereço, não é? (risos).”