O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) e o governo estadual assinaram nesta quarta-feira uma parceria para promover um projeto de apoio técnico e capacitação de policiais militares para que eles possam executar processos de mediações de pequenos conflitos. Segundo o TJ-RJ, o curso deve começar em meados de outubro deste ano e será destinado a PMs que atuam em comunidades com UPP (Unidades de Polícia Pacificadora).

O presidente do TJRJ, Luis Zveiter, afirmou que a atuação de policiais militares como mediadores de conflitos e brigas corriqueiras entre vizinhos será uma medida relevante para "desafogar" o Poder Judiciário. "Acho importante que todos os segmentos sociais, sejam entidades governamentais ou não, reassumam seus papéis nessas comunidades. Antigamente quem tomava conta era o tráfico, as organizações criminosas. No momento em que eles são retirados, o Poder Público tem que entrar. E o Tribunal de Justiça tem um papel fundamental na solução dos conflitos sociais."

Os oficiais serão selecionados pelos comandantes das UPPs e depois passarão por uma avaliação técnica e psicológica do tribunal para o treinamento que ocorrerá em dois cursos. De acordo com Zveiter, apenas aqueles que demonstrarem vocação para a atividade de mediação, no primeiro treinamento (curso de Abordagem Não Violenta), serão escolhidos para serem capacitados no segundo curso (Mediação). O segundo treinamento custaria R$ 3 mil por aluno, assinalou o magistrado, mas esse custo será arcado pelo TJ-RJ.

O secretário de Segurança do estado, José Mariano Beltrame, afirmou que a população só tem a ganhar com a medida, que ajudará o cidadão a ver a solução de seus conflitos instantaneamente. Ele disse também que está "claro que isso [resolução de conflitos] tem um limite e que determinadas ações vão ter que ir para seu respectivo local, que são os tribunais", disse Beltrame.