Poucos são os benefícios daqueles que trabalharam uma vida inteira e que, quando chegam à aposentadoria, sofrem com a redução de renda e, consequentemente, com a perda do poder aquisitivo. Além disso, nessa fase da vida, geralmente o gasto com medicamentos e outras questões relacionadas à saúde crescem vertiginosamente. 

Diante disso, trata-se de atitude de profundo respeito os descontos oferecidos por seis das sete cidades do Grande ABC no carnê do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para aqueles que recebem benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) desde que possuam um único imóvel e que este seja destinado à moradia de sua família.

A redução ou, em alguns casos, isenção total do tributo, nada mais é do que compreender a necessidade dessas pessoas e oferecer a elas um pouco mais de dignidade. Pois, em muitos casos, o valor que seria usado para a quitação do boleto religiosamente enviado no início do ano fará falta para a aquisição de outro gênero de primeira necessidade.

Aposentados e pensionistas já fizeram a sua parte. Contribuíram por longos anos e, na maioria das vezes, tiveram retorno muito aquém do que merecem. Chegam a ser tratados como cidadãos de segunda classe em muitas repartições públicas ou mesmo em serviços particulares.

Atendê-los bem é mais que uma obrigação. Ainda mais respeitoso seria se a concessão do redutor ocorresse de forma automática, sem que eles precisassem procurar os órgãos responsáveis para a real efetivação. Da forma como é feita atualmente, com inúmeras regras e várias condições, como renda máxima, valor venal do imóvel até determinado patamar, entre outros requisitos, chega a parecer que é propositalmente complicado para que o interessado abra mão de um direito.

Senhores gestores, a região possui aproximadamente 445 mil aposentados e pensionistas. Gente que consome, vota e sabe avaliar o seu trabalho.