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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Inflação entre janeiro e fevereiro
é maior dos últimos oito anos
Pedro Souza
23/02/2011 | 07:18
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A inflação às famílias com renda entre um e 40 salários-mínimos atingiu o maior patamar dos últimos sete anos.

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15) variou 0,97%, resultado mensal mais elevado desde abril de 2003, cujo registro foi de 1,14%.

No entanto, o consumidor de menor renda foi beneficiado, tendo em vista que o grupo alimentação e bebida desacelerou de 1,21% para 0,57%.

As famílias de baixa renda sofreram mais com a inflação dos últimos meses. Isso porque gastam grande parte do faturamento com alimentação. E justamente esses produtos foram os que mais impulsionaram a taxa inflacionária.

Mas entre janeiro e fevereiro, os consumidores menos abastados encontraram itens alimentícios mais baratos, como o feijão-carioca, que caiu 11,6%, e as carnes, após vários meses com preços nas alturas. As carnes também mudaram o sentido, caindo 1,87%.

Outros itens que compõem a mesa dos brasileiros também caíram. A batata inglesa deflacionou 9,15%. O feijão-preto, componente essencial na feijoada e nos pratos cariocas, recuou 4,43%. A descida do arroz foi de 1,38% e, no mesmo ritmo, o frango teve queda de 1,17%.

INDICADOR - O IPCA-15 é a prévia do indicador oficial de inflação, o IPCA. A coleta de dados ocorreu entre 15 de janeiro e 11 de fevereiro e foi comparada com os resultados entre 14 de dezembro e 14 de janeiro.

Ambos índices são apurados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A inflação abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

Para o economista da Gradual Investimentos André Perfeito, a desaceleração no grupo alimentos foi a notícia mais relevante do IPCA-15.

"E talvez teremos um espaço de tempo com recuou nos preços dos alimentos. Acredito em 60% de chance", argumentou Perfeito, destacando que as commodities (matéria-prima negociada no mercado internacional) estão encarecendo.

MERCADO - A revolta na Líbia contra o regime de Muammar Kadhafi tem proporcionado altas constantes no petróleo. Isso eleva, como reflexo, os preços no mercado internacional, o que pode gerar reajustes dos alimentos ao consumidor. O petróleo também influencia o valor dos fertilizantes, podendo haver nos próximos meses repasse na ponta. "É difícil afirmar, mas acredito que os efeitos das commodities aos consumidores chegam em cinco ou seis meses", disse Perfeito.




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