Ele evitou, porém, citar qualquer cálculo de potencial impacto da mudança no sistema de comercialização da energia dessas usinas. "O impacto pode ser maior ou menor, não é bom usar um número sem ter cuidado de conhecer premissas, mas se renda hidráulica está sendo disputada, é porque é vantajoso", comentou.
Para o diretor, embora o sistema de cotas, implementado pelo governo Dilma Rousseff, possa ser questionado em alguns aspectos, traz um princípio justo que é o de alocar no consumidor os ganhos com uma usina já amortizada. "O consumidor pagou, é razoável alocar para consumidor o benefício", disse, criticando a decisão da União de arrecadar valores com a nova concessão das usinas, o que acaba por encarecer as contas de luz. "Não cabe à Aneel fazer a escolha, fizemos o leilão da Cemig de acordo com a política definida."
Segundo ele, embora a cota envolva riscos relacionados ao potencial déficit hídrico, que está alocado no consumidor e atualmente aumenta o valor da energia, no longo prazo o patamar não é tão elevado.
Ainda assim, Rufino considera a privatização Eletrobras positiva pelos potenciais ganhos de eficiência que a empresa pode obter. "A ineficiência precisa ser estancada", disse.
Ele citou que o grupo estatal tem tido dificuldade de gerir e entregar compromissos assumidos dentro do prazo, seja nos segmentos de transmissão como em geração, o que impactou "de maneira significativa, principalmente o consumidor", afirmou.
Como exemplo de ineficiência, citou o caso da Amazonas Energia e o recebimento de recursos de fundos setoriais que está sendo questionado pela Aneel. Rufino lembrou o entendimento da autarquia de que a estatal precisa devolver recursos recebidos pelo suprimento de combustível num período em que a usina a ser abastecida não estava operacional. "Se a companhia tivesse capacidade instalada para consumir (o combustível), poderíamos admitir que se pudesse repassar, mas por uma ineficiência da Eletrobras, nem capacidade tinha", comentou.
A Eletrobras questiona a decisão da Aneel.
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