O TCE (Tribunal de Contas do Estado) vai analisar possíveis irregularidades no contrato celebrado pela Prefeitura de Mauá com a Suzantur, concessionária do transporte público na cidade. Denúncia protocolada pelo vereador governista Manoel Lopes (DEM) pede que a Corte averigue o fato de a Suzantur descumprir o item 28 do capítulo 7º do edital que determina que a frota integral da empresa destinada às linhas do município seja composta por veículos zero-quilômetro.

No documento, o democrata solicita “aplicação das penalidades cabíveis” no processo, como, por exemplo, revogação da concessão, em caso de constatados os problemas apontados na acusação.

O Diário denunciou as inconformidades em maio do ano passado. Placas de veículos que rodavam na cidade indicam que os carros foram fabricados em 2012 e 2013, datas anteriores à celebração do contrato com a Suzantur, em 2014. A maioria desses veículos circula em linhas que atendem a região do Jardim Zaíra.

No teor da denúncia, Manoel Lopes cita ainda que veículos cujas placas são cadastradas para prestarem serviços aos itinerários de Mauá foram flagrados em abril deste ano prestando serviços em Santo André, onde a companhia de transporte explora 15 linhas do terminal da vila luzira de forma precário. O parlamentar elenca os coletivos de placas GBL-9308, FSQ-8772, FSB-3941, GCO-2727, FWG-0682, GDA-9717, GBT-5145, GBX7656, entre diversos outros carros.

“A Prefeitura faz vistas grossas e considera aquele veículo (fabricado antes de 2014) como sendo mais novo do que realmente é. Essa malandragem já foi divulgada pelo Ministério Público de São Paulo ao revelar essa prática nos ônibus da Capital, durante a gestão de Marta Suplicy (ex-PT, hoje PMDB)”, diz o parlamentar no documento entregue ao tribunal.

Questionado em relação ao documento, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) garantiu que tomou ciência do ocorrido e que, por isso, solicitou à Suzantur a compra de 100 veículos zero-quilômetro para a renovação da frota.

Já o secretário de Governo, João Gaspar, que responde interinamente pela Pasta de Transportes, argumentou que o fato de alguns veículos terem sido fabricados antes da realização da concessão não significa, necessariamente, que os carros tenham sido utilizados. “Podem ter sido fabricados antes (de 2014) e começado a rodar depois da concessão”, justificou.