O Bêbado de Deus (Green Forest do Brasil, 264 págs., R$ 25), de Gerardo Mello Mourão, é uma hagiografia sobre a vida e os milagres de São Gerardo Majella, o taumaturgo do século XVIII ou “o doidinho de Deus”. Logo no prefácio, o autor começa sua tentativa de restaurar a esperança no milagre: “Naquele tempo havia milagres. Havia muitos milagres, com espantosa freqüência. E havia milagres, porque havia santos. E havia milagres e santos porque a gente acreditava nos milagres e nos santos. Parece que o mundo precisa voltar a acreditar de novo nos santos e nos milagres, para ver, como via naquele tempo, os santos, os milagres e os anjos. O milagre é um signo de Deus...”.

Mourão comenta também o fenômeno da bilocação – “a presença simultânea de uma pessoa em dois lugares diferentes e distantes”. Antes de relatar as passagens desse tema com São Gerardo, conta casos comprovados (pela Igreja), como os de Santo Antônio e de Santo Afonso Maria de Liguori. O cearense Gerardo Mello Mourão, reconhecido por seus poemas, ganhou o Prêmio Jabuti, em 1999. A editora dedica as últimas nove folhas do livro para falar sobre o autor, desde sua infância e suas primeiras publicações de poesia, em 1937.