Robinson partiu esta sexta-feira a Moscou. No sábado, visita a Inguchétia e no domingo, a Chechênia. A partir de sua volta a Genebra, em 4 de abril, ela prestará contas de sua viagem aos 53 membros da Comissao de Direitos Humanos da ONU, reunida desde 20 de março em sessao anual.
Antes de visitar a Chechênia, Robinson visitará um campo de refugiados na Inguchétia, uma república vizinha da Chechênia onde o exército russo lançou uma grande ofensiva militar para lutar contra os independentistas. Nos dias 3 e 4 de abril, Robinson volta a Moscou para se encontrar com as autoridades russas.
Em fevereiro passado, o ministro russo das Relaçoes Exteriores, Igor Ivanov, afirmou que esta seria uma visita inoportuna e ``inaceitável', acrescentando que as declaraçoes de Robinson eram ``anti-russas'. Esta se mostrou bastante crítica, diante da segunda ofensiva militar russa na Chechênia.
No começo da sessao da comissao, Robinson se referiu à ``catastrófica situaçao' da populaçao civil na Chechênia, advertindo que nao deveria haver ``seletividade, refúgio ou impunidade para quem cometeu graves violaçoes dos direitos humanos'.
Em resposta, o vice-ministro russo das Relaçoes Exteriores, Serguei Ordzhonikidze, justificou a intervençao militar na Chechênia, que segundo ele constitui ``um enclave de criminalidade', onde ``todos os direitos humanos e as liberdades haviam sido totalmente aniquiladas'. ``Nenhum Estado do mundo jamais tolerou semelhante ameaça à sua existência', declarou.
A Rússia nao aceitará nenhum pedido de investigaçao internacional na Chechênia, disse o vice-chanceler, lembrando que Moscou já criou uma comissao nacional com esse objetivo, mediante a ajuda do Conselho Europeu, e começou a restabelecer na regiao o sistema judicial.
Nao foi possível obter um programa detalhado da visita à Chechenia de Robinson antes de sua partida de Genebra. Segundo seu porta-voz, José Luis Díaz, ela só permanecerá na regiao um dia, com uma visita prevista a Grozny.
Robinson já disse que o destino da populaçao civil e a situaçao nos campos de detençao se encontram entre suas prioridades. Também garantiu que nenhum acesso aos ``campos de triagem' de refugiados, nem sequer por parte do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR), foi autorizado.
O presidente da CICR, Jakob Kellenberger, iniciou esta quinta-feira uma visita a Moscou, onde foi recebido pelo presidente eleito, Vladimir Putin.
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