Com preços mais caros por causa do dólar barato, o carro nacional perde competitividade. Para estancar a queda nas exportações, as montadoras contam com o pacote que o governo deve anunciar este mês com medidas como crédito especial para operações externas e linhas de financiamento para novos projetos.
Hoje, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) financia 60% das exportações, porcentual que deve crescer. O banco também abrirá uma linha com juros abaixo dos atuais e prazos mais longos para financiar o aumento da capacidade produtiva das montadoras e fabricantes de autopeças.
Com as vendas internas batendo recordes, muitas empresas operam no limite da capacidade. Apesar disso, é unânime no setor a necessidade de se manter no mínimo 20% da produção voltada às exportações.
“Com o mercado interno em crescimento, não se percebe o problema. Não é saudável ficar com uma perna só”, diz o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall. Segundo ele, nos próximos cinco anos a montadora deve perder 30% das vendas externas.
Para Cledorvino Belini, presidente da Fiat, “o Brasil precisa de escala produtiva de 5 a 6 milhões de veículos por ano até 2012 para ter competitividade e formar uma barreira às importações”.
Neste ano, até setembro, as exportações das montadoras caíram 7,9% (para 594 mil veículos), enquanto as importações cresceram 95,8% (para 175 mil unidades). Também há preocupação velada com carros chineses. Segundo o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, quem exporta tem obrigação de manter-se atualizado. “A conquista de mercado é trabalhosa.”
Mercosul - Em 2006, países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai) venderam internamente 356,7 mil veículos – 59,8% eram brasileiros. Até setembro deste ano, foram vendidos 438 mil – 55% nacionais.
No Chile, que este ano comprou do Brasil 12,4% dos 163,6 mil carros vendidos localmente, o Corsa da GM brasileira foi substituído pelo mesmo modelo fabricado na China. No ano passado 21,3% dos carros vendidos no País eram nacionais.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.